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Comité de Protecção dos Jornalistas insta Presidente Moçambicano a não promulgar lei anti-terrorismo


Ângela Quintal, Coordenadora do Comité de Protecção de Jornalistas (CPJ) para África
Ângela Quintal, Coordenadora do Comité de Protecção de Jornalistas (CPJ) para África

Em causa, uma cláusula que pode criminalizar reportagens sobre a insurgência no norte de Moçambique

O Comité de Protecção de Jornalistas (CPJ), com sede em Nova Iorque, instou o Presidente moçambicano a não promulgar as alterações à lei anti-terrorismo recentemente aprovadas pela Assembleia Nacional por ser uma ameaça à liberdade de imprensa.

“O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, não deve assinar emendas à legislação antiterrorista do país, mas sim pedir ao Parlamento que altere uma cláusula abrangente que pode criminalizar reportagens sobre a insurgência no norte de Moçambique”, lê-se num comunicado publicado na terça-feira, 7, no site daquele organização não governamental, que cita a coordenador dos programas para África, Angela Quintal.

O CPJ refere-se ao projecto de lei, que foi aprovado pelo Parlamento em 19 de Maio, que visa alterar a lei antiterror de 2018 de Moçambique, incluindo uma cláusula que penaliza quem reproduza publicamente declarações falsas relacionadas a actos terroristas com pena de prisão entre dois e oito anos.

Quintal acrescenta que “os deputados já atenuaram outras cláusulas controversas do projecto de lei, mas o Presidente deve garantir que vão mais longe para proteger a liberdade de imprensa e o direito do público à informação, em vez de tentar controlar a narrativa na luta em curso contra o terrorismo em Moçambique”.

O artigo em causa determina que “aquele que, sendo moçambicano, estrangeiro ou apátrida, residente, ou encontrando-se em Moçambique, fizer ou reproduzir publicamente, afirmações relativas a actos terroristas que sabe serem falsas ou grosseiramente deformadas, com a intenção de criar pânico, distúrbios ou insegurança e desordem públicas, é punido com a pena de dois a oito anos de prisão”.

As alterações visam, segundo o Governo e a Frelimo, combater o terrorismo e a lavagem de dinheiro que pode ser usado por organizações terroristas.

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