Empresas chinesas entraram no negócio da segurança pública,ainda que sem autorização da polícia,como mandam as normas locais.Actuam nas áreas da periferia de Luanda,onde se localizam os maiores empreendimentos.
Além do lucro, os chineses, ao que tudo indica, deixaram de confiar nos angolanos.Pela primeira vez, dois seguranças foram vistos nas imediações do quilómetro 30, município da Viana, sudeste de Luanda.Trajavam uniforme azul-escuro-carregado, com dizeres "CIF-Security", estampados nas costas.Não foi possível abordá-los e saber que género de serviços prestavam.
Em pouco menos de 24 horas, portanto, neste domingo, um grupo maior foi avistado no interior do condomínio Jardim do Éden,um empreendimento habitacional construído no bairro Iraque, no município do Kilamba Kiaxi.
Por volta das 20 horas locais,o referido grupo de dez homens uniformizados em farda azul claro, circulavam na área.As fardas ostentava escritos em chinês que não conseguimos decifrar.Usavam uma lanterna de iluminação mais longa - talvez uns 50 centímetros do que as comuns - e com uma particularidade:com capacidade de produzir um feixe eléctrico e neutralizar qualquer resistência humana.Uma espécie de "taser" em acção,como nos foi exibido de seguida.Testemunhas oculares ouvidas pela VOA,garantiram terem visto os "taser" em funcionamento.
Relatos recolhidos no local davam conta da presença de chineses neste serviço há alguns meses, talvez em substituição dos guardas da "FOX-Security" que ameaçavam abandonar o local, em protesto pelos atrasos salariais que se registavam.
Mas,esta é uma presença mais antiga do que se podia imaginar,como confirmaram alguns depoimentos do pessoal encontrado que pediram para não ser identificadas.De acordo com estes depoimentos recolhidos pela VOA, estes guardas há vários anos que estarão ao serviço mas, até agora, estaraiam a trabalhar sem estarem uniformizados.
O que ressalta à vista, contudo, é mesmo o facto deste género de serviço, quando se trate de empresas de direito angolano, carecer de licenciamento.Para o caso da actividade comercial, não conseguimos apurar se o correspondente licenciamento foi efectuado.
Com a visibilidade pública deste patrulhamento,esta intervenção de chineses em Angola pode estar a marcar uma nova etapa nas relações com o novo país “irmão” da Ásia.
Também não conseguimos apurar, se os chineses eventualmente desenvolviam a sua actividade no âmbito da cooperação institucional entre os órgãos de polícia dos dois países.
O Subcomissário da polícia Carmo Neto, por nós contactado, disse desconhecer qualquer registo de empresa chinesa no sector. O responsável que não quiz gravar a entrevista,limitou-se a solicitar mais elementos.