A Human Rights Watxh indicou que pelo menos 800 pessoas foram mortas pela violência pós-eleitoral do mês passado na Nigéria.
O presidente Goodluck Jonathan nomeou uma comissão de investigação para apurar entretanto, as responsabilidades.
As 800 pessoas foram mortas em três dias de tumultos que tiveram início quando apoiantes do candidato da oposição Muhammadu Buhari queimaram escritórios da comissão eleitoral e postos de polícia, para contestar os resultados que eram favoráveis ao presidente cessante, Goodluck Jonathan.
A violência acabaria por tornar-se sectária, com os pró-Buhari na sua maioria muçulmanos atacando os cristãos reconhecidos como apoiantes de Goodluck Jonathan.
Eric Guttschuss é pesquisador da Human Rights Watch na Nigéria.
“Indivíduos do sul que eram vistos como apoiantes do presidente cessante Goodluck Jonathan foram igualmente atacados, casas e lojas foram queimadas.”
O Estado de Kaduna foi onde se registou o maior grau de violência. A Human Rights Watch acredita que pelo menos 180 pessoas foram assassinadas nas cidades nortenhas de Kaduna e de Zaria. Os cristãos ao sul de Kaduna também responderam contra-atacando.
Tanto no norte como no sul do Estado de Kaduna, aqueles que se sentiam em risco encontraram o refúgio nos quartéis das forças armadas e nos postos de polícia. Mas o pesquisador da Human Rights Watch diz que as forças de segurança também violaram os direitos das pessoas durante os tumultos.
“Na resposta a violência, tanto os militares como os polícias estavam implicados no uso excessivo da força, incluindo em mortes extra-judiciais de populações desarmadas, e em algumas áreas em espancamentos sistemáticos daqueles que foram detidos durante a violência.”
O presidente Goodluck Jonathan nomeou um painel de 22 membros para determinar as causas da violência pós-eleitoral e propor recomendações de como prevenir situações similares no futuro.
O funcionário da Human Rights Watch disse que os nigerianos são cépticos acerca do impacto da acção desse painel, dada a forma como foram ignoradas as conclusões de anteriores comissões de inquérito.