Sete pessoas morreram, na província de Maputo, na sequência das cheias provocadas pelas intensas chuvas da semana passada.
A intempérie, que colheu muitas famílias de surpresa, desalojou mais de 30 mil pessoas, parte das quais abrigada em escolas transformadas em centros transitórios.
Nesses centros só se ouvem histórias de surpresa e infortúnio.
“Perdi tudo. A minha casa foi engolida pela água e tudo o que tinha, incluindo as aves que eu criava para o meu sustento” diz Ester Macauze, uma das centenas de pessoas acolhidas na Estação de Tratamento de Água, em Umbeluze.
Outra sobrevivente, que prefere omitir o nome, recorda que viu “pelo caminho uma mulher que tinha quatro crianças que acabaram escorregando no meio de uma ponte partida pela água e desapareceram”.
As autoridades admitem que a intensidade da chuva surpreendeu a todos, pois atingiu uma magnitude que há pelo menos duas décadas não era vista.
“Há muito tempo que não víamos algo assim, de tal forma que quando começamos a lançar alertas para as populações em zonas ribeirinhas abandonarem os locais e procurarem abrigo em zonas altas, ninguém queria acreditar” disse Teresa Mauaie, administradora do distrito da Moamba.
Governo avalia estragos
O governo da província de Maputo estima que até a manhã desta segunda-feira, mais de nove mil pessoas precisavam de assistência alimentar.
O Primeiro-ministro, Adriano Maleiane, liderou este fim de semana, a equipa do governo que esteve no terreno para avaliar os estragos.
Maleiane visitou algumas famílias nos centros de acomodação e parte das infraestruturas públicas destruídas pelo mau tempo, e deixou uma garantia de que tudo será feito para repor os danos.
“Vamos ver a dimensão dos estragos; vai depender muito do nível de estragos que as infraestruturas tiverem sofrido (...) depois determina-se quanto e o programa”, disse Maleiane.
O balanço e as contas da destruição ainda estão longe do fim, porque a época chuvosa só termina em Março e as previsões indicam que até lá a situação ainda pode piorar.
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