O presidente do Conselho de Administração da multinacional francesa Total Energy, Patrick Pouyanné, disse hoje (31), em Maputo, que o regresso das operações do projecto de Gás Natural Liquefeito (LNG), depende da existência de condições sustentáveis de segurança.
Tais operações foram interrompidas há quase um ano, na sequência dos ataques terroristas à vila de Palma.
Pouyanné, que falava no final de um encontro com o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse haver progressos encorajadores no combate ao terrorismo em Cabo Delgado.
"Muitos progressos foram feitos, em termos de segurança. Podemos ver que Mocímboa da Praia está segura, Palma está segura, contudo, ainda há progressos por fazer, de modo a que tenhamos uma segurança sustentável", salientou o executivo.
Por outro lado, o chefe da gigante francesa salienta a necessidade de haver um trabalho para assegurar o regresso das populações e o funcionamento normal do serviço público.
"Queremos ver as populações a regressarem para as suas aldeias; a vila de Palma e a vila da Mocímboa da Praia a voltarem à normalidade, ou seja, para a normalização da vida social. A sustentabilidade é muito importante. É parte da segurança, porque segurança não é apenas uma questão militar, é também uma questão de trabalho com as populações", disse Pouyanné.
População pede tranquilidade
Em breves declarações à imprensa, Filipe Nyusi destacou a importância do encontro mantido com o executivo da multinacional francesa para o alinhamento, entre as partes, do ponto de situação do projecto de LNG.
"Uma das coisas que vamos fazer, rapidamente, em conjunto, é trazer a vida à normalidade. Quando estive em Palma (semana passada), a população dizia que o que mais quer é viajar tranquilamente para Pemba, Mocímboa e outros pontos da província, e é o que estamos a fazer agora" disse o estadista.
Questionado sobre a situação no chamado Teatro Operacional Norte, Nyusi destacou os avanços registados, mas salientou que "não nos interessa cantar vitórias, mas, estamos a gostar do trabalho que os jovens (militares) estão a fazer".