O antigo primeiro ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, chamou atenção para a necessidade das autoridades nacionais saberem gerir com sabedoria o caso o Alex Saab, colombiano detido no arquipélago eque viu a sua extradição para os Estados Unidos validada pelo Tribunal de Relação de Barlavento.
Neves, que teceu estas considerações na sua página do Facebook, exorta as autoridades políticas e governamentais para que "arrepiem caminhos e respeitem "escrupulosamente os princípios basilares do Estado de Direito Democrático”.
Para o antigo chefe do executivo, se este dossier não for gerido de uma forma inteligente, poderá acrescentar "enormes prejuízos " à imagem externa do arquipélago, por isso afirma que o momento exige serenidade, inteligência e sentido de estado.
O analista e professor universitário, João Santos entende que o reparo faz sentido, porquanto qualquer má comunicação e posicionamento dos políticos pode de facto prejudicar o nome do país.
“A recomendação de José Maria Neves é pertinente, na medida em que agir sem cuidado é relevar excessivamente a dimensão politico - diplomática que pode ferir a imagem de Cabo Verde. Como sabemos pela natureza do nosso país e pelos princípios que defendemos da nossa política externa, temos que ser prudentes e não deixar manipular pelos dois contendores que estão no terreno... os Estados Unidos e a Venezuela", defende Santos.
Para Santos, deve-se serenamente deixar o caso seguir os trâmites normais nas instâncias judiciais.
Também o sociólogo, Henrique Varela considera que o apelo do ex chefe do Governo deve ser levado em conta.
"São declarações que partem de uma pessoa que governou o país durante 15 anos, que conhece seguramente meandros do processo do tipo que envolve estados estrangeiros. Uma chamada de atenção em que penso que o Governo e demais actores políticos devem absorver", diz Varela.