O emigrante e empresário cabo-verdiano Marcos Rodrigues pede uma revisão constitucional, de forma a permitir que os nacionais do arquipélago com dupla nacionalidade possam candidatar-se ao cargo de Presidente da República.
De acordo com a constituição vigente, os cidadãos que pretendem concorrer ao posto de mais alto magistrado da nação devem apenas possuir a nacionalidade cabo-verdiana, cenário que Rodrigues quer ver alterado.
"Se os líderes dos partidos assim entenderem, estou certo de que os deputados não negarão a este desempenho de fazer a correcção necessária para que se mantenha a dignidade à ‘décima primeira ilha’ que sempre contribui para o desenvolvimento das restantes nove ilhas", defende Rodrigues.
Depois desse posicionamento, o presidente Jorge Carlos Fonseca, no final do segundo e último mandato, disse que se trata de uma questão que se pode debater com naturalidade e responsabilidade.
João Gomes, deputado do MPD, entende que não há problema nenhum em colocar essa questão para análise e tomada de decisão na próxima legislatura.
"Penso que se pode abrir caminho para que um emigrante cabo-verdiano com outra nacionalidade possa concorrer também às presidenciais," opina Gomes.
Na mesma linha, o antigo deputado do PAICV e que viveu em França, Manuel Monteiro, afirma que faz todo sentido a revisão constitucional a fim de dar oportunidades iguais aos cabo-verdianos.
Monteiro afirma que não faz sentido incentivar as pessoas a obterem nacionalidade do país de acolhimento para que possam melhorar a sua integração e depois cortar-lhes alguns direitos na terra de origem.
No entanto algumas personalidades abordadas pela VOA, que não gravaram entrevista, entendem que esta matéria deve ser objecto de uma profunda reflexão e discussão para melhor análise.