As autoridades moçambicanas dizem que devido à melhoria das condições de segurança nos distritos de Palma e Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, 14 escolas que haviam sido encerradas por causa de ataques jihadistas, voltam a funcionar no ano lectivo de 2022.
Mas especialistas afirmam, entretanto, que a par das actividades lectivas, é preciso também olhar pela nutrição das crianças e segurança das comunidades.
O ano lectivo abre oficialmente, esta segunda-feira (31), e o porta-voz da direcção provincial de Educação em Cabo Delgado, Manuel Bacar, veio a público afirmar estarem criadas as condições para a reabertura de escolas em alguns dos distritos afectados pela violência armada.
Bacar acrescentou que "as condições já estão criadas para a reabertura de 12 escolas em Palma, e o mesmo acontece em Mocímboa da Praia, onde duas escolas vão retomar as suas actividades".
Nutrição e segurança
Refira-se que em Cabo Delgado, por causa da violência terrorista, pelo menos 330 escolas foram destruidas, afectando cerca de 124 mil alunos, segundo dados oficiais.
Entretanto, Mariam Abbas, pesquisadora do Observatório do Meio Rural, afirma que dado o facto de se tratar de zonas de conflito, onde as pessoas não podiam produzir alimentos, é necessário que seja relançado o Programa Nacional de Alimentação Escolar, sobretudo nos distritos afectados por ataques terroristas, para a melhoria da nutrição nas escolas=
Por seu turno, o jornalista e analista Fernando Lima diz que é preciso haver um trabalho junto das comunidades para que estas não sintam simpatias pelos grupos responsáveis pela violência em Cabo Delgado, porque, sublinha, se isso acontecer, as escolas podem voltar a fechar.