Os bispos católicos de Moçambique dizem-se preocupados com o elevado custo de vida para os moçambicanos desfavorecidos e "a dramática situação humanitária na província de Cabo Delgado", alvo de ataques do Estado Islâmico e defendem que tudo deve ser feito, com urgência, para mitigar o sofrimento das pessoas.
A Conferência Episcopal de Moçambique, reunida em Marracuene, arredores de Maputo, na semana passada, diz serem várias as situações que preocupam os bispos no país, entre as quais, segundo Dom Carlos Nunes, porta-voz do Conselho Episcopal, a questão humanitária em Cabo Delgado.
"Esta questão resulta em vários deslocados e acentua as precárias condições de vida de muitos irmãos nossos moçambicanos", anotou aquele prelado, realçando ainda que "o custo de vida aumentou em Moçambique".
Dom Carlos Nunes, que é também bispo de Chimoio, na capital provincial de Manica, centro de Moçambique, apela a que todos, e sobretudo o Governo, se empenhem na procura de soluções para a situação que "afecta os mais desfavorecidos em Cabo Delgado".
Estudos indicam que mais de 800 mil pessoas devem depender de algum tipo de assistência alimentar mensal até Junho do próximo ano em Cabo Delgado. Avançam que a crise alimentar atinge um nível de emergência e a assistência é limitada.
Além da situação político-social, de modo particular a crise humanitária em Cabo Delgado, a Conferência Episcopal de Moçambique, debateu também a precaridade da situação dos jovens.