A comissão especial da Câmara dos Deputados que vai analisar a impugnação da Presidente brasileira Dilma Rousseff inicia nesta sexta-feira, 8, a discussão do parecer favorável ao processo de afastamento da governante.
Caso receba os votos favoráveis dos deputados, a votação em plenário deve ser agendada para o próximo fim de semana.
Dilma Rousseff é acusada de crimes de responsabilidade no primeiro mandato, com as chamadas "pedaladas fiscais".
No actual mandato, por ter prosseguido com manobras e a assinatura de decretos de abertura de crédito sem autorização do Congresso, poderá também ser condenada por improbidade administrativa por omissão no caso de corrupção na Petrobras.
Para que a impugnação seja aprovada na Câmara dos Deputados e posteriormente encaminhada ao Senado são necessários os votos de no mínimo 342 dos 513 deputados.
Caso contrário, o processo será automaticamente arquivado.
Para o cientista político Malco Camargos, a crise política no Brasil não vai acabar com a impugnação ou a permanência da Presidente Dilma Rousseff.
Ele acredita que o problema apenas vai ser resolvido se o judiciário intervir no processo ou então que haja um acordo entre as elites políticas para que a governante petista renuncie ao cargo.
“Os ânimos estão tão acirrados, o país está tão dividido que nesse jogo não pode ter um vencedor. Se ela for afastada vence Eduardo Cunha, vence Michel Temer e o PMDB. Se ela ficar vence o PT e a Presidente Dilma. Nesses dois casos não é a resposta que a população espera. É importante talvez que o judiciário intervenha e faça uma acção mais enérgica contra os mandatários actuais ou mesmo que haja um acordo entre as elites políticas com a eventual renúncia da Presidente para que a crise possa ser superada. Continuar igual está ou com a vitória do PMBD não será a solução para a crise política. Depois do impeachment a crise vai continuar”, destacou.
Para ele, uma possível acção do judiciário no Tribunal Superior Eleitoral questionando a candidatura Dilma e Temer por causa de suposta irregularidade na campanha de 2014 pode ser uma saída para a crise política.