O cenário midiático em Angola é descrito como estando a piorar e em 2022 verificou-se uma quebra acentuada na liberdade de imprensa, segundo o Índice Mundial de Liberdade de Imprensa 2023, da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), divulgado no dia 3.
As autoridades, no entanto, minimizam a quebra da liberdade de imprensa e falam em exageros de alguns jornalistas.
A queda registrada de 26 lugares, numa lista de 180 países, de 99 em 2022 para 125 em 2023, é resultado da deterioração de alguns factores considerados na análise, como a segurança dos jornalistas, a pressão política, a ausência de pluralidade e a fragilidade social.
Os RSF enfatizam a questão política, um dos indicadores considerados para este ranking, e onde Angola desce 37 lugares de 2022 a 2023, como sendo determinante, apontando que o partido no poder tem uma presença avassaladora nos media, "especialmente na Televisão Pública de Angola, e muitos pedidos de licença estão pendentes no Ministério das Telecomunicações, acusado de
obstruir as iniciativas de pessoas ou grupos de fora do Governo".
Entretanto, o Bureau Político do MPLA emitiu um comunicado em que exorta a classe jornalística a manter-se "firme e intransigente" na defesa dos seus direitos.
Também a UNITA, principal partido da oposição, aconselha os jornalistas a não baixarem a guarda.
A posição do MPLA consta numa declaração por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, e na qual defende a materialização, por parte do Executivo, da proposta de incentivo ao surgimento de novos meios de comunicação independentes.
A UNITA diz constatar "com enorme preocupação as constantes violações
dos direitos e liberdades fundamentais dos jornalistas por agentes e instituições investidos do poder do Estado".
A Voz da América analisou a situação da imprensa angolana com o professor universitário Fernando Salvador, o presidente da Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana, Adelino de Almeida, e o analista político Albino Pakisi.
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