O líder da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, denunciou esta quinta-feira, 12, a reactivação de esquadrões de morte e a intensificação de rapto de suspeitos de ligação com o grupo de dissidentes desde a ordem para sua “capturara e responsabilização”.
Nhongo disse que várias pessoas foram raptadas das suas casas e machambas nos últimos dias, em zonas consideradas redutos da oposição, e foram encontradas mortas em áreas distantes das suas aldeias.
“Na semana passada foram levados (raptadas) seis pessoas em Gorongosa e foram mortas em Dombe. Em Nhamatanda foram levadas três pessoas e foram mortas em em Mutindiri. Outras pessoas foram levadas de Mutindiri e foram mortas em Dombe” denunciou Mariano Nhongo, numa entrevista telefónica.
“Essa atitude a Junta Militar da Renamo esta a condenar, isso deve acabar aqui em Moçambique”, acrescentou.
O também fundador da auto-proclamada Juntar Militar da Renamo, sem revelar o seu paradeiro, disse que as vitimas raptadas foram transportadas depois em viaturas, não identificadas, durante as noites.
“Deixa os que fazem os ataques e vai levar a população que esta nas suas casas” acusou Mariano Nhongo, salientando que há “inocentes” que estão sendo sacrificados.
Mariano Nhongo, que lidera desde Julho um grupo de guerrilheiros, dissidentes da ala militar da Renamo, oposição, voltou a se distanciar dos ataques de grupos armados nas principais estradas, a EN1, que liga sul-norte de Moçambique, e a EN6 que liga o porto da Beira, no oceano Índico ao Zimbabwe e a outros países africanos do interior.
Contudo, voltou a ameaçar com acção militar após a tomada de posse do novo governo em Janeiro, para continuar a reivindicar a renegociação dos acordos de cessação das hostilidades militares e Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos guerrilheiros da oposição.
“A Junta Militar ainda não respondeu o fogo, mas vai fazer guerra aqui em Moçambique”, e “caso (Filipe) Nyusi tomar posse em Janeiro, todo povo, quem tem carro deve guardar o carro, agente queima” ameaçou.
Em Agosto foram reactivados ataques armados nas principais estradas e infraestruturas estatais do centro de Moçambique, contra alvos civis e policiais, que até agora já provocaram pelo menos 13 mortos e vários feridos, incluindo agentes das Forças de Defesa e Segurança.
Nesta segunda-feira, 9, uma pessoa morreu e outra ficou gravemente ferida em ataque a um autocarro, que fazia o trajecto sul-centro de Moçambique, junto a Muda Serração, uma zona onde foram atacados e incendiados três camiões em uma semana.