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Atentado pode ser capitalizado por Donald Trump, dizem analistas moçambicanos


Momento em que o antigo Presidente e candidato republicano à Presidência foi atingido pelo tiro na orelha direita, Butler, Pensilvânia, 13 julho 2024
Momento em que o antigo Presidente e candidato republicano à Presidência foi atingido pelo tiro na orelha direita, Butler, Pensilvânia, 13 julho 2024

O atentado de que foi vítima o antigo Presidente dos Estados Unidos Donald Trump pode ter um efeito mobilizador do eleitorado a favor do candidato republicano às eleições presidenciais dos Estados Unidos da América, consideram analistas moçambicanos ouvidos pela Voz da América.

O jornalista e analista político José Machicane classifica o ataque como extremamente grave, embora possa ser um fator mobilizador por parte do eleitorado de Trump.

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“Este atentado é capaz também de resultar numa maior intensidade em relação à mobilização do eleitorado a favor de Donald Trump. Relativamente ao desfecho final do escrutínio presidencial que vai acontecer, isso é sempre difícil de prever, até porque as sondagens têm falhado", diz Machinace, quem aponta um "efeito de mártir".

"Ele consegue mobilizar uma fasquia do eleitorado dele relativamente a este tipo de acontecimentos”, concluiu aquele analista político.

Trump ferido após tiros disparados em comicio
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Por seu turno, o também analista político João Chicote considera que o incidente pode ter um impacto eleitoral significativo e provavelmente favorável a Trump.

“Pode haver uma interpretação negativa do facto, no contexto de que possivelmente pode ser uma espécie de encenação num momento crucial que se aproxima, que é a eleição presidencial nos Estados Unidos. Então, aqui vai depender muito das incidências, do ponto de vista da perceção da própria opinião pública relativamente à situação", diz.

Ainda para Chicote, há sempre implicações positivas, assim como negativas.

"Positivas, querendo buscar o aproveitamento por parte dos republicanos e negativas por parte dos democratas”, refere João Chicote.

O disparo contra Donald Trump coloca a democracia americana numa encruzilhada e num momento de definição, segundo refere o analista político Gil Aníbal, para quem o candidato republicano usará o tema da insegurança nos Estados Unidos a seu favor ao longo da campanha eleitoral.

“Este atentado, nos próximos tempos podemos ter mais detalhes e neste momento eu iria enquadrar nesta perspetiva de guerras políticas internas nos Estados Unidos da América associada a esta geopolítica externa motivada pela guerra russa ucraniana", aponta.

"Obviamente, o que vai acontecer é que, em termos estatísticos, poderemos aqui dizer que o Donald Trump, como candidato às presidências de novembro próximo, já está um passo mais à frente do seu marketing político, em que uma das narrativas a ser construída é esta em que todos os incidentes serão imputados, obviamente, ao Partido Democrata, liderado pelo Joe Biden", acrescenta aquele analista político, para quem "o argumento que pode ser usado pelo marketing de Donald Trump, inclusive até o próprio Donald Trump, é de garantir a segurança nos Estados Unidos da América”.

O tiroteio de sábado, que matou uma pessoa que assistia ao comício, bem como o atirador, e deixou outra pessoa gravemente ferida, além do próprio Donald Trump marcou um novo momento na história de violência política da América.

Apesar de os Estados Unidos estarem em tempo de campanha eleitoral, analistas políticos ouvidos pela Voz da América consideram que o recurso à violência não é tolerável em nenhuma circunstância.

"Há claramente um panorama político de bipolarização. Um setor da sociedade norte-americana que adora o Donald Trump e outro que o odeia, acho eu. É o resultado disso. Infelizmente, porque eu penso que a vida política tinha que ser dividida num panorama de respeito pelos direitos e liberdades das pessoas e não com recurso à violência. São decisões que não podem ser permitidas”, comenta José Machicane.

Por seu lado, João Chicote sublinha que "as opiniões sempre são divididas no contexto dos Estados democráticos, dos Estados modernos e é preciso que haja tanta liberdade para a exposição de qualquer tipo de opinião, fora do espaço de violência".

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