Links de Acesso

Atirador contra Donald Trump tinha 20 anos, diz o FBI


Antigo Presidente Donald Trump depois de ter sido atingido em Butler, Pensilvânia, 13 julho 2024
Antigo Presidente Donald Trump depois de ter sido atingido em Butler, Pensilvânia, 13 julho 2024

Matthew Crooks era um republicano registado, mas também fez recentemente uma doação política de 15 dólares a um grupo liberal

A agência de investigação federal dos Estados Unidos, FBI, disse neste domingo, 14, que o “sujeito envolvido” no atentado contra o antigo Presidente Donald Trump na tarde de sábado em Butler, na Pensilvânia, é Matthew Crooks, de 20 anos de idade, morador de Bethel Park, no mesmo Estado.

Crooks era um republicano registado, mas também fez recentemente uma doação política de 15 dólares a um grupo liberal, de acordo com registos públicos de eleitores citados por vários meios de comunicação.

Donald Trump foi atingido por um tiro seis minutos depois de subir ao palco num comício de campanha por volta das 18:15.

Ele levou a mão à orelha direita e depois caiu no chão antes de ser cercado por agentes dos Serviços Secretos.

Pelo menos um espetador foi morto e outros dois ficaram gravemente feridos no tiroteio, que ocorreu num grande espaço exterior descoberto numa área rural.

Depois de ter sido atendido num hospital perto da área, Donald Trump escreveu nas redes sociais que estava “bem”.

De acordo com relatos de testemunhas e vídeos publicados online, o atirador foi visto com uma espingarda a subir no telhado de um prédio próximo do local momentos antes do início do tiroteio.

Uma pessoa assiste às notícias num bar, perto do Fiserv Forum.
Uma pessoa assiste às notícias num bar, perto do Fiserv Forum.

Nos vídeos divulgados, ouvem-se pessoas a tentar chamar a atenção da polícia, que posteriormente atirou e matou o suspeito.

O tiroteio ocorreu antes da Convenção Nacional Republicana, que nomeará formalmente Trump como candidato presidencial do partido.

A campanha do antigo Presidente e o Comité Nacional Republicano disseram que a reunião será aberta conforme programado na segunda-feira, 15, e que Donald Trump “espera se juntar a todos vocês em Milwaukee”.

O incidente está a levantar questões sobre o nível de proteção do Serviço Secreto a Trump.

Polícia dispara após o atentado contra o candidato presidencial republicano, o ex-presidente Donald Trump, quando discursava num evento de campanha em Butler, Pensilvânia, no sábado, 13 de julho de 2024. (AP Photo/Gene J. Puskar)
Polícia dispara após o atentado contra o candidato presidencial republicano, o ex-presidente Donald Trump, quando discursava num evento de campanha em Butler, Pensilvânia, no sábado, 13 de julho de 2024. (AP Photo/Gene J. Puskar)

Os líderes republicanos na Câmara dos Representantes disseram que vão abrir uma “investigação completa” sobre o incidente e pediram à diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, que participe numa audiência sobre o assunto.

Numa carta publicada na noite de sábado, 13, no site de mídia social X, o Comité da Câmara, liderado pelos republicanos, disse que “os americanos exigem respostas sobre a tentativa de assassinato do Presidente Trump”.

Alex Gray, antigo funcionário do Conselho de Segurança Nacional de Trump, disse que o tiroteio mostra que a proteção do Serviço Secreto de Trump é “insignificante em comparação com as ameaças que ele enfrentava”.

“Eles precisam mudar o nível de proteção para o mais completo possível, adequado a um Presidente – e não a um ex-Presidente, mas a um atual Presidente”, disse Gray.

No sábado, Kevin Rojek, agente especial do FBI encarregue do escritório de campo de Pittsburgh, disse aos repórteres ser “surpreendente” que o atirador tenha atirado quatro ou cinco vezes antes de ser morto.

Trump, que mais tarde regressou à sua casa em Nova Jersey, disse pouco sobre a tentativa de assassinato, a não ser que é “incrível que tal ato possa ocorrer no nosso país”.

Horas depois do atentado, a Casa Branca informou que o Presidente Joe Biden conversou com Trump, dar mais detalhes.

Embora não tenha fornecido imediatamente detalhes da conversa.

Biden regressou à Casa Branca à noite, em vez de permanecer na casa dele em Delaware, como estava planeado.

Pouco depois do incidente, Biden falou aos repórteres, chamando o incidente de “doentio”.

“Não há lugar na América para este tipo de violência, é doentio, é doentio. É uma das razões pelas quais temos que unir este país. Não podemos permitir que isso aconteça. Não podemos ser assim. Não podemos tolerar isso”, afirmou o Presidente.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, sai do Air Force One na Base Aérea de Andrews, em Lanham, Maryland, a 14 de julho de 2024.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, sai do Air Force One na Base Aérea de Andrews, em Lanham, Maryland, a 14 de julho de 2024.

A campanha de Biden também disse, num comunicado, que “suspendeu todas as comunicações externas e vai retirar os nossos anúncios de televisão o mais rápido possível”.

Analistas políticos alertam que a tentativa de assassinato pode intensificar ainda mais uma retórica política intensamente acalorada e dividir a sociedade americana.

“Este é um dia excecionalmente escuro na América – um dia excecionalmente negro na nossa democracia. Possivelmente o mais grave ato de violência política que vimos desde o 11 de setembro, pelo menos”, disse Jacob Ware, investigador do Conselho de Relações Exteriores.

Em declarações à Voz da América, ele acrescentou que “estamos a falar de uma ameaça séria e credível de assassinato contra o ex-líder do mundo livre que está ativamente em campanha para a Presidência... é realmente assustador e assustador pensar sobre quais serão os próximos passos nesta história”.

“Hoje o mundo mudou”, afirmou Casey Burgat, professor da Universidade George Washington.

“A tentativa de assassinato do ex-Presidente Trump não só terá consequências profundas nesta eleição, mas também no estado mais amplo da política americana, profundará ainda mais as divisões partidárias, ao mesmo tempo que desencadeará um diálogo importantíssimo sobre a natureza do discurso político e da violência na política americana moderna”, acrescentou Burgat.

C/William Gallo e Anita Powell

Fórum

XS
SM
MD
LG