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A Holanda pediu desculpa pelo massacre de 1947 em Java


Província da Papua Indonésia.
Província da Papua Indonésia.

Em 1947, as tropas holandesas capturaram e executaram 430 homens, no decurso da luta pela independência

A Holanda pediu formalmente desculpa às famílias dos que foram mortos, em 1947, no massacre por tropas holandesas na ilha Indonésia de Java.

Os activistas consideram que a decisão constitui um precedente importante, mas que evidencia, ao mesmo tempo, a hipocrisia do governo Indonésio em relação aos abusos dos direitos humanos cometidos internamente.

O embaixador holandês na Indonésia emitiu um pedido de desculpas oficial na vila de Rawagede, onde, em 1947, as tropas holandesas capturaram e executaram 430 homens, no decurso da luta pela independência.

O governo holandês nunca apresentou à justiça qualquer militar envolvido, apesar de um relatório da ONU, no princípio de 1948, ter condenado o ataque como sendo um ataque deliberado e sem piedade.

Embora ninguém tenha sido condenado um tribunal em Haia decidiu em Setembro que o governo holandês deve pagar uma compensação de 27 mil dólares a nove das famílias das vítimas.

A decisão histórica e o pedido oficial de desculpas assinalam a decisão holandesa de assumir responsabilidade pelos danos causados pelas suas políticas coloniais.

Haris Azhar, coordenador dos direitos humanos do grupo Kontras, destacou a importância do acontecimento, sublinhado que expõe igualmente a hipocrisia do governo Indonésio.

“Eles não querem falar de direitos humanos independentemente de quem usou a violência ou abusou. Porque se mencionarem as falhas dos holandeses no passado, eles, o governo Indonésio terá igualmente de admitir que fizeram.”

A Indonésia obteve a independência em 1949 e Azhar refere que a relutância do governo em prosseguir com o caso foi a razão por que passaram 64 anos para que fosse feita justiça.

Azhar acrescentou que no caso do actual presidente Yudhoyono ter sido mais activo sobre os direitos humanos, teria acordado um tigre adormecido na política indonésia onde muitos casos envolvem figuras importantes.

Dois antigos generais do exército, acusados de abusos dos direitos humanos em Timor Leste e durante a queda em 1998 do ditador Suharto, chefiam partidos políticos.

O governo indonésio tem evitado igualmente ser julgado em relação com actos de tortura e o assassinato de cerca de 500 mil comunistas em 1965, e por alegados abusos em Ache e na província da Papua.

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