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Somália: al-Shabad está a impedir as pessoas de fugirem das zonas de fome


Refugiados e vitimas da fome na Somália impedidos de partir do país pela al-Shabab
Refugiados e vitimas da fome na Somália impedidos de partir do país pela al-Shabab

Grupo islamista não quer deixar partir os refugiados sob pena de perder a sua base de recrutamento

Um alto funcionário da Organização das Nações Unidas para os Refugiados disse que o grupo islamista al-Shabab está a impedir que refugiados somalis fujam para os países vizinhos em busca de assistência.

O representante do UNHCR, Bruno Geddo esteve em Somália ontem e disse que a al-Shabab quer manter o controlo dessas pessoas, e para as recrutar como combatentes.

Semanas atrás a al-Shabab surpreendeu o mundo reconhecendo que a Somália estava a viver a situação de crise alimentar. O grupo militante fez acompanhar o seu comunicado de um convite às agências humanitárias abrindo-lhes o acesso a distribuição de ajuda nas regiões do centro e do sul da Somália.

Mas pouco depois, acabou por mudar de posição, rejeitando a ideia de fome no país e pedindo as agencias de ajuda para que não se intervenham. O representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para a Somália, Bruno Geddo esteve ontem de visita ao país e disse que o encontro com os populares permitiu-lhe clarificar porque razão a al-Shabad mudou de ideia.

“A al-Shabab percebeu que deixando partir as pessoas, ficaria privada da base do seu recrutamento militar. As pessoas com as quais falei ontem pareciam estar preparadas para partir, mas agora só podem partir fugindo e sem dar a entender e não em grupo. E é melhor que seja durante a noite. De momento já não são permitidas partidas de áreas sob o controlo da al-Shabab.”

Regiões no centro e sul da Somália estão sob o controlo da al-Shabab. As Nações Unidas declararam 5 regiões do país como zonas de fome e prevê que a crise vai se alastrar por toda a região dentro de 4 a 6 semanas.

Bruno Geddo que falava em entrevista telefónica a Voz da América disse que dada a sua gravidade até parece que a fome está a favorecer os planos os dos insurrectos. Por causa do alto preço dos géneros alimentícios e perante o fraco poder de compra dessas populações, o grupo militante vai poder pagar as pessoas directamente com comida, concluiu o funcionário das Nações Unidas.

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