Desviado dinheiro da Saúde em Benguela
Os trabalhadores da Saúde em Benguela fizeram descontos salariais de dois por cento para o sindicato da província, mas o dinheiro começou a ser transferido em Cabinda para uma conta da Associação Sindical dos Professores (SINPROF).
A denúncia foi feita pelo presidente do Conselho Fiscal do Sindicato dos Enfermeiros de Benguela, Joaquim Ricardo dos Santos, através de uma carta endereçada à Direcção Provincial da Saúde.
No documento, a que a VOA teve acesso, o sindicalista diz que o dinheiro começou a ser transferido em Cabinda em Janeiro deste ano, acrescentando que mensalmente o sindicato arrecada cerca de 27 mil dólares.
A fonte disse não descartar a hipótese de algumas pessoas beneficiarem pessoalmente da operação.
Ricardo Santo condenou o facto de os descontos de dois por cento para a quota sindical, serem feitos directamente a partir da folha de salário, sem o consentimento dos funcionários da Saúde, sublinhando que a adesão ao sindicato pelo empregado deve ser feita de forma voluntária.
Refere ainda que o sindicato dos enfermeiros não precisa de efectuar subtracção dos salários dos trabalhadores para a sua sustentabilidade, alegando que a associação possui uma hospedaria que poderia servir de uma fonte de angariamento de fundos para a organização sindical.
Para apurar a autenticidade do documento a Voz da América ouviu, Joaquim Ricardo dos Santos que confirmou a informação.
“ Na qualidade de Conselho Fiscal estou a chamar a atenção para se pôr mão, sobre o risco do dinheiro cair em mãos alheias.”
Ricardo Santos mostrou-se preocupado com o facto da Direcção Provincial da Saúde estar ao corrente da situação mas não tomar medidas para impedir as operações.
“ Sendo trabalhadores da Direcção da Saúde tem mecanismos próprios para fazer cessar esses descontos”
Já o coordenador da comissão de gestão do sindicato, Domingos Kalembela, disse que o governo pode saber como o dinheiro está a parar em Cabinda, mas que já está a envidar esforços para a recuperação dos valores. Entretanto, a VOA tentou sem sucesso ouvir a Direcção Provincial da Saúde em Benguela.