O governo dos Estados Unidos advertiu as companhias aéreas de que terroristas estão a considerar implantar bombas em seres humanos para fugir à segurança nos aeroportos. Em resultado disso, passageiros podem vir a ser sujeitos a mais escrutínio quando viajarem durante a época de Verão, especialmente dos Estados Unidos para o estrangeiro.
O FBI e o Departamento de Segurança Interna enviaram quarta-feira um memorando a oficiais de segurança em todo o país sobre o que chamam de “empacotamento corporal” descrevendo-o como “uma táctica criminosa com possível aplicação terrorista”.
O memorando, obtido pela Associated Press, cita um incidente em 2005 em que colombianos foram acusados de implantar cirurgicamente narcóticos em correios humanos.
Bombas implantadas em corpos humanos não são uma ideia nova, mas recentes informações de segurança indicam um novo interesse em utilizar esse método. As máquinas de escrutínio nos aeroportos não são capazes de detectar explosivos escondidos no interior do corpo humano. No entanto, ainda não há informação que aponte para uma conspiração específica envolvendo explosivos cirurgicamente implantados, disse um oficial de segurança americano, falando na condição do anonimato, dada a sensibilidade do assunto.
A segurança nos aeroportos aumentou desde os ataques terroristas de 11 de Setembro, assim como a criatividade dos terroristas em desenvolver métodos para ultrapassa-la. A aviação continua a ser um alvo especial e provas recolhidas na casa de Osama Bin-Laden mostraram que o líder da al-Qaida manteve o seu fascínio por ataques a aviões ate a sua morte em Maio.
No ano passado foi noticiado que funcionários britânicos descobriram provas de que a al-Qaida estava a procurar implantar cirurgicamente bombas no interior de pessoas, uma movimentação que alguns pensam ter levado ao uso de máquinas de prospecção de todo o corpo nos grandes aeroportos mundiais.
O governo dos Estados Unidos tem vindo a trabalhar com companhias aéreas e governos estrangeiros para identificar formas de descobrir explosivos escondidos, incluindo bombas potencialmente escondidas no interior de corpos humanos.
A cirurgia para implantar explosivos pode ser feita dois dias antes de um planeado ataque, disse James Crippin, um especialista em explosivos no Colorado. Para que ele funcione, acrescentou, e necessário haver um detonador e e concebível que se o explosivo for implantando no seio de uma mulher, o detonador pode ser colocado debaixo do seio, pelo que a única coisa que a operacional terá de fazer para accionar a bomba e pressionar o peito.
Mas Jimmie Oxley, professora de Química na Universidade de Rhode Island, e especialista em explosivos, disse ser difícil que essa operação seja bem sucedida. Disse que há muitos locais para esconder uma bomba no corpo humano e que o bombista suicida teria de recuperar o suficiente da cirurgia para viajar e fazer explodir a bomba.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou que os esforços de contra-terrorismo dos Estados Unidos devem evoluir enquanto grupos terroristas indicam publicamente o seu interesse em encontrar formas de esconder explosivos.
“A ideia de que os terroristas andam a procura de outras formas de circundar as medidas de segurança para alvejar aviões não é uma surpresa de todo”, disse Carney.