As autoridades governamentais do Lobito abandonaram a ameaça de despejos de cerca de 200 famílias e fica suspenso o processo de demolições de casas do bairro 17 de Setembro no Lobito.
Habitantes da zona contaram a Voz da América que a população começou a erguer as suas moradias com a autorização das autoridades locais que fizeram mesmo o loteamento do terreno realçando que na semana passada a administração municipal do Lobito mandou destruir as residências sem no entanto apresentar um plano para o realojamento e compensação dos populares.
Em icidnetes ali registados agentes da polícia recorreram a armas de fogo para expulsar as ocupantes e uma mulher gestante foi espancada pelas forças polícias.
O relato foi também apresentado hoje pela própria vítima ao governador Armando da Cruz Neto, durante um encontro que o governante manteve com a população do bairro.
“ Só entraram com agressão, um deles deu-me uma chapada e tive que me defender. Depois apareceu um outro polícia e arrastaram-me no chão. Mais tarde começaram a dar tiros,” disse a mulher.
Armando da Cruz Neto disse que existe para aquele local um projecto para a construção de 3 mil residências onde as cerca de 200 famílias em risco serão realojadas.
O governante informou ainda que a zona será urbanizada e as moradias já existentes serão destruídas após a conclusão das novas residência para se evitar que as pessoas fiquem ao relento.
“ Ficou tudo esclarecido," disse o governador.
"Falou-se com as pessoas e depois faremos o realojamento dessas pessoas" acrescentou.
À medida que formos construindo as casas vamos entrega-las ás pessoa,” disse.
Avelino Tchiule um dos afectados diz não haver surpresa no discurso do governador e espera que o governo cumpra com as promessas feitas.
“ Temos promessas, são promessas e ainda ficaram por promessas,” disse Tchiule para quem " oão enquanto esta no forno não é pão, só é pão quando está na mão".
Por sua vez, Jose Patrocínio coordenador da Associação de Defesa dos Direitos Humanos, Omunga, congratulou-se com a atitude do governador por ter reunido com as vítimas, mas adeverte que a forma de resolução do problema não é a das melhores.
Para Patrocínio a única coisa que a administração deve fazer é acompanhar a construção do bairro, de formas a que haja condições de habitabilidade e se evitar o surgimento de guetos e dar a oportunidade dos populares construírem as casas dos seus sonhos.
O activista disse não poder descartar a hipótese de existirem empresas do ramo imobiliário que irão beneficiar com as demolições daquelas casas podendo fazer das vítimas os seus clientes.
Moradias foram erguidas com autorização, dizem moradores