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Namibe: médico acusado de extorquir dinheiro a pacientes sob alçada policial


Namibe: médico acusado de extorquir dinheiro a pacientes sob alçada policial
Namibe: médico acusado de extorquir dinheiro a pacientes sob alçada policial

Trata-se do médico Ngombo Zakanda, de 46 anos de idade, licenciado numa das universidades do Congo Democrático, em serviço da Saúde Pública em Angola desde o ano de 1993, seis anos em serviço no Namibe, dos quais cinco à frente dos destinos do sector de Saúde no Município do Camucuio.

Trata-se do médico Ngombo Zakanda, de 46 anos de idade, licenciado numa das universidades do Congo Democrático, em serviço da Saúde Pública em Angola desde o ano de 1993, seis anos em serviço no Namibe, dos quais cinco à frente dos destinos do sector de Saúde no Município do Camucuio.

O médico Ngombo Zakanda é acusado de constantemente retirar doentes do centro de saúde do bairro dos Eucaliptos onde trabalha, para o tratamento em sua casa, localizada no bairro Forte Santa Rita, defronte à famosa Farmácia Ndongala, mesmo sem estar autorizado para o efeito. Também é acusado de extorquir dinheiro a pacatos cidadãos que ocorrem ao exercício de medicina privada ilegal do médico em causa.

A Voz de América foi ao local da suposta medicina clandestina e encontrou uma cidadã por baixo do balão de soro, que se diz chamar-se Guilhermina Evaristo. A paciente, totalmente abandonada sem a presença de alguém ligado à saúde e em condições higienicamente deploráveis.

«Chamo-me Guilhermina Evaristo, padeço de febre tifóide e estou a receber tratamento aqui», explicou-se.

À paciente supostamente retirada do centro de saúde público do bairro dos Eucaliptos para a residência do médico Ngombo Zakanda, foi-lhe exigida o pagamento de 49 mil Kwanzas, o equivalente a 490 dólares americanos, segundo revelou à VOA Ernesto Pedro Evaristo, irmão da doente visada.

«A menos que este tratamento fosse no hospital do Estado onde foi retirada, não pagaríamos este valor. Mas, no entanto, encontrei a minha irmã já nas mãos do Dr Ngombo Zakanda, aqui em casa dele. Eu apenas procedi à entrega de 39 mil kwanzas dos 49 mil que o médico pediu, faltando 10 mil kwanzas para completar o valor total exigido pelo médico», esclareceu.

A reportagem da Voz de América foi até ao centro de saúde do bairro dos Eucaliptos, onde trabalha o médico Ngombo Zakanda e ouviu o acusado. O médico confirmou a presença da paciente em sua casa e pediu desculpas pelo suposto erro que diz reconhecer estar em contradição com a ética e deontologia profissional da sua classe.

«Atendendo à situação que ela tinha, eu procurei aplicar antibióticos fortes, razão pela qual eu pedi aqueles valores (490 USD)», confirmou.

Questionado se estava perante a humanização que se exige dos técnicos de saúde ou se estava perante a apetência do dinheiro, o médico Ngombo Zakana, reconhece o erro por si cometido e promete nunca mais voltar a cometer o mesmo.

Horas depois, o gabinete de correspondência da voz de América no Namibe recebeu um telefonema do mesmo médico e seguidamente apareceu com um valor monetário em mão ao equivalente a 100 dólares americanos, para um suposto suborno, fazendo silenciar os factos no chamado aliciamento, também conhecido nas lides da sociedade civil angolana por dinheiro de sangue. O dinheiro em causa foi igualmente remetido integral ao piquete da Polícia que deverá proceder um esclarecimento de todos os factos nas próximas horas.

Contactada pela Voz de América, a Directora Provincial do de Saúde do Namibe, Dra. Josefa Rebeca Cangombe, que se encontra em objecto de trabalho em Luanda, manifestou o seu desapontamento pelo sucedido e disse tratar-se de alguém reincidente, cujo comportamento em nada dignifica a classe. Ainda na tarde de ontem terça-feira, a paciente Guilhermina Ernesto foi retirada da residência do médico, encontrando-se já neste momento a receber tratamento médico no centro de saúde do bairro dos Eucaliptos.

A expectativa cresce em torno de mais este caso no Namibe, um médico acusado de retirar doentes do hospital para supostos fins de extorquir dinheiro, concorrendo igualmente na tentativa de corrupção aos jornalistas da imprensa privada. Presume-se no entanto que a Polícia Nacional poderá pronunciar-se sobre os factos nas próximas horas.

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