O governo sírio disse ter começado um assalto a Jisr al-Shughour, na parte ocidental do país, para libertar a cidade do que chamou de “bandos armados” que mataram 120 soldados no princípio da semana, enquanto residentes estão a fugir por recearem que venha a haver um massacre de civis.
A televisão estatal síria informou estar em curso uma operação militar contra Jisr al-Shugour. Residentes tentaram deixar a cidade antes do assalto, lançado depois de uma disputada morte de elementos de segurança.
A cidade, normalmente habitada por cerca de 50 mil pessoas, está maioritariamente deserta, já que os seus habitantes procuraram segurança em aldeias vizinhas e através da fronteira próxima com a Turquia.
Pormenores são muito difíceis de confirmar, uma vez que os serviços de telefones e de internet para a área foram cortados e o acesso aos refugiados na Turquia é limitado. Abdulkerim Haji Yousef é um dos 2000 sírios que atravessaram a fronteira.
O refugiado disse que o presidente Bashar al-Assad está a matar o seu próprio povo para se manter no poder. Assad tem enfrentado meses de manifestações anti-governamentais, inicialmente apelando por reformas. Mas enquanto a repressão sobre os manifestantes tem vindo a aumentar, os seus opositores querem afastá-lo do poder.
Um vídeo amador feito a uma manifestação na semana passada em Jisr al-Shughour levou a que tropas para lá se dirigissem nos dias que se seguiram e o governo disse que as suas forças foram emboscadas e mortas.
Residentes refutam o governo, afirmando que as vítimas incluem soldados que recusaram disparar contra civis e foram depois mortos por tropas leais. A repressão do governo sírio contra manifestantes através do país foi condenada por grupos de direitos humanos.
O Conselho de Segurança da ONU tenciona censurar a Síria, mas a medida apoiada pelo Ocidente está a ter a resistência da Rússia.
O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que tem tentado melhorar as relações com a Síria nos últimos anos, disse que esteve em contacto com o presidente Assad e pediu-lhe para efectuar reformas.
Erdogan qualificou a repressão de “inaceitável” e referiu-se a algumas das acções das forças de segurança sírias como um “atrocidade”.