A ministra francesa das finanças, Christine Lagarde está de visita ao Brasil em busca de apoio dos países emergentes para a sua candidatura à chefia do Fundo Monetário Internacional.
O anúncio dos candidatos ao director-geral do FMI está previsto para 17 de Junho e a eleição deverá ter lugar a 30 do mesmo mês.
Com um sólido apoio da Europa, a sua candidatura ao cargo de directora-geral do FMI, a ministra das finanças francesa, procurar conquistar a atenção dos mais cépticos – o grupo dos países emergentes que deseja que seja um candidato oriundo de um dos Estados membros.
O Brasil é o primeiro país que a Christine Lagarde visita, mas na sua entrevista de ontem a uma rádio francesa, revelou o seu plano em visitar a China, Índia e vários países africanos.
A ministra francesa diz que vai visitar esses países emergentes por terem expressado ao mesmo a ansiedade e frustração em verem-se reconhecidos na liderança de organizações multilaterais e pelo facto da presidência do FMI ser tradicionalmente assumida pela Europa.
Mas o único país emergente com candidato conhecido para o posto, é o Mexico através do seu antigo governador do Banco Central, Agustin Carstens, que estará de visita ao Brasil na Quarta-feira.
Os países europeus defendem que a presença de um europeu a frente do FMI no actual momento de crise da dívida pública nos 17 países que têm o Euro como moeda comum, poderá ser providencial na solução de problemas financeiros actuais na Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda.
O governo francês disse igualmente contar com o apoio de todos os líderes do G8 reunidos em cimeira na semana passada em Deauville na Normandia. Os Estados Unidos ainda não se refiram publicamente do apoio a uma tal candidatura, mas o presidente francês Nicolas Sarkozy deixou a entender que o presidente Obama estava a favor de Christine Lagarde.
O presidente francês dizia na Sexta-feira passada não ser porta-voz do presidente Obama, mas que viu um comunicado da Secretária de Estado Hillary Clinton saudando a candidatura de Chrisitne Lagarde, e disse que duvidaria se houvesse uma tal discordância entre os dois dirigentes norte-americanos.
No caso de sua candidatura vir a ganhar a nomeação, Christine Lagarde deverá substituir um outro francês, Dominique Strauss-Kahn, que foi forçado a demitir-se do posto por acusações de rapto, assalto, e violação sexual. A ministra francesa enfrenta contudo criticas em França sobre a sua influência numa decisão da justiça que terá favorecido um privado em mais de duzentos milhões de Euros. Mas ela mantém-se firme e diz não ter feito nada de errado.