Entidades económicas indianas procedem a consultas com os seus homólogos de outros países emergentes para tentar alcançar um acordo sobre a forma de designar uma individualidade para o principal cargo do Fundo Monetário Internacional.
A Índia e as outras nações em desenvolvimento podem vir a contestar a tradição de ser um Europeu a chefiar aquela poderosa instituição financeira.
O ministro indiano das finanças revelou estar em contacto com os seus homólogos de outras nações em desenvolvimento para consolidar uma posição relativamente ao cargo de Director Executivo do Fundo Monetário Internacional.
O principal candidato ao cargo é a ministra das Finanças francesa Christine Lagarde que já apresentou a candidatura ao cargo. A posição tem sido sempre ocupada por um Europeu, mas as nações emergentes criticam a prática como estando obsoleta.
No inicio da semana, entidades do FMI da Índia, do Brasil, China, da Rússia e da África do Sul, emitiram um comunicado conjunto sustentando que o uso de nacionalidade para o cargo condiciona a legitimidade da instituição.
No entanto, e até ao momento não apresentaram um candidato comum.
Num encontro em Paris com Lagarde, o ministro do Comercio indiano afirmou que o processo de selecção deve ser por consultas e transparente.
O economista Rao, do Instituto Económico de Mudança Social, em Bangalore, indicou que países como a Índia, China, Brasil e a África do Sul estão determinados em avançar com um novo conceito tanto no FMI como no Banco Mundial.
“O equilíbrio do balanço económico começou a mudar. Penso que aqueles países que detêm um poder económico considerável deveriam ter uma maior presença, nas instituições financeiras mundiais, da que tem agora”.
Uma outra declaração das economias emergentes referia que a escolha para a chefia do FMI deveria ser baseada na competência, e não na nacionalidade.
O economista Rao considera que as economias emergentes podem lidar melhor com a crise financeira global do que os outros países.
“O ministro das finanças da Índia tem gerido extraordinariamente a economia, tal como tem a China. Penso que a Europa, os Estados Unidos, a Inglaterra não tem demonstrado o mesmo género de competência”.
O cargo de director do FMI ficou vago quando Dominique Strauss-Kahn se demitiu após ter sido detido em Nova Iorque sob a acusação de assalto sexual.