Os sul-africanos votaram durante o dia, num sufrágio local que muitos vêem como sendo um teste à paciência do eleitorado para com o Congresso Nacional Africano.
Poucas secções de voto abriram tardiamente, e alguns problemas técnicos resultaram em longas filas de eleitores, mas a maioria dos problemas estava resolvido a meio do dia.
Pela primeira vez desde o advento da democracia na África do Sul em 1994, o partido do Congresso Nacional Africano, enfrenta um sério desafio em mais de uma das principais zonas metropolitanas.
A Aliança Democrática, que tem governado, desde há cinco anos, a cidade do Cabo, desta feita concorre com o Congresso Nacional Africano em Joanesburgo e em Nelson Mandela Bay.
Os analistas sustentam que os resultados nestes centros vão indicar em que medida os eleitores estão a perder a paciência para com a dominação do Congresso Nacional Africano, objecto de críticas pelo fracasso em não cumprir muitas das promessas feitas, como o fornecimento de serviços básicos, a corrupção e a má administração, em especial ao nível local.
Em sufrágios anteriores, muitos eleitores, tradicionalmente do Congresso Nacional Africano, que tinham começado a ficar desiludidos, simplesmente não foram votar.
Esta situação continua em alguns casos, como o de Lungamani Mufampirane, de 24 anos de idade, que vive no bairro informal de Alexandra, próximo de Joanesburgo, que disse à Voz da América que não irá voltar a votar no Congresso Nacional Africano, até que o partido melhore a sua pratica.
“A primeira coisa é a corrupção, o nepotismo, a criação de postos de trabalho, que me podem convencer a votar. Se cumprirem, posso votar”.
Os observadores adiantam que desta vez parece existir uma mudança entre estes eleitores, e que a presença nas urnas será mais elevada do que os 48 por cento da consulta local de 2006.
Sustentam os especialistas que alguns destes eleitores estão dispostos a fazer a mudança emocional do apoio incondicional ao partido da libertação, para um outro partido, na esperança que traga as melhorias ansiadas às suas comunidades.
Um desses casos é o de Vasco da Gama, residente numa das áreas de Alexandra, que disse à Voz da América estar cansado de promessas não cumpridas para a melhoria do seu bairro.
Existem muitos eleitores que ainda acreditam no Congresso Nacional Africano e que vão continuar a votar no partido, que dizem já ter feito muito pelos sul-africanos, e que irá continuar a faze-lo, no futuro.
Os resultados deste sufrágio são esperados durante o fim-de-semana.