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Greenpeace protesta contra escravatura no Brasil


Este é mais um dos protestos da Greenpeace no Brazil. Em 2009 a mesma organização protagonizou uma acção na estátua do Cristo Rei na cidade do Rio de Janeiro (Foto de arquivo)
Este é mais um dos protestos da Greenpeace no Brazil. Em 2009 a mesma organização protagonizou uma acção na estátua do Cristo Rei na cidade do Rio de Janeiro (Foto de arquivo)

Activistas denunciam desmatamento ilegal e trabalho escravo de carvoeiras na exploração do aço no Estado do Maranhão

Greenpeace bloqueia barco no Maranhão

Activistas da organização não-governamental Greenpeace tentam chamar a atenção do Brasil e do mundo para o rastro de exploração e destruição ambiental que a cadeia da produção do ferro gusa estaria deixando no Estado do Maranhão.

A ONG internacional acusa siderúrgicas de negociar com carvoarias irregulares no Brasil, alimentando o desmatamento irregular e o trabalho escravo.

Como forma de protesto, os activistas da Greenpeace estão, há dias, impedindo a saída de um navio carregado da matéria-prima do aço que seguiria para os Estados Unidos.

O Greenpeace também protocolou no Ministério Público Federal do Maranhão um relatório denunciado as ilegalidades que estariam sendo cometidas pelas siderúrgicas e pelas carvoarias da região ligadas à produção do aço.

Tatiana de Carvalho, da campanha Amazónia do Greenpeace, explica que a Organização não quer desistir da acção no Maranhão até que alguma coisa seja feita.

“Os activistas continuam pendurados na âncora do navio impedindo que ele entre no porto para carregar o ferro gusa. Nós vamos continuar ali, impedindo que essa carga seja colocada no navio, até que seja tomada alguma providência”.

A representante do Greenpeace denuncia que as siderúrgicas estariam fazendo negócios com carvoarias irregulares, no Maranhão e no Pará, para conseguir uma quantidade de carvão vegetal muito grande para a produção do aço.

“A maior parte desse aço é exportada para os Estados Unidos. Então, nós estamos fazendo duas pressões: uma é no mercado, nos compradores desse aço, na siderurgia e nas carvoarias para que eles deixem de cometer ilegalidade nesse processo produtivo. Mas, também estamos chamando a atenção do governo porque ele, ao se omitir, também se torna cúmplice desses crimes”, afirma.

A movimentação que os activistas fazem no estado do Maranhão, segundo Tatiana Carvalho, objectiva também chamar a atenção de quem compra o produto final, feito da matéria-prima retirada do Brasil de forma irregular.

“O consumidor final, que compra o carro nos Estados Unidos, depois de todo o processo produtivo, ele também tem que pressionar e exigir que o produto que ele está exigindo não esteja ligado a destruição da floresta Amazónica”, afirma. “Nós estamos divulgando a actividade em todo o mundo porque só assim vamos conseguir fazer com que o governo e as siderúrgicas tomem uma atitude”.

“Queremos o compromisso de que serão investigadas as denúncias feitas no relatório, relacionadas com o uso do trabalho escravo e também ao desmatamento ilegal dentro de unidades de conservação e terras indígenas”, lembra a activista do Greenpeace.

O governo brasileiro ainda não se pronunciou sobre a situação e as denúncias. Para a ONG, isso reflecte descompromisso com a protecção ambiental vindo de um governo que vende a imagem de país verde e moderno às vésperas da Rio +20.

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