UNITA lamenta os incidentes em Kulango
Um morto, uma viatura incendiada e vários feridos, entre os quais dois sacerdotes, foi o resultado de um conflito ocorrido no princípio da noite de Domingo último, em que estiveram envolvidos militantes da UNITA e agentes da Polícia nacional na localidade do Kulango na província de Benguela.
Tudo terá começado quando um grupo de militantes da UNITA regressava de um acto político de massas realizado na Região do Monte Belo em Benguela. Durante o percurso Lobito\Benguela uma viatura da operadora de telefonia móvel UNITEL atropelou mortalmente um dos militantes do Galo Negro que se fazia transportar numa motorizada. Na sequência desta acção, os militantes da UNITA terão supostamente agredido o responsável da viatura, tendo entretanto a polícia local intervindo prontamente, efectuando disparos para o ar, na tentativa de conter a agitação.
Deste incidente terá resultado o ferimento de várias pessoas, entre agentes da polícia, sacerdotes que circulavam nos arredores e militantes do Galo Negro.
Entretanto o Presidente da UNITA, Isaías Samakuva condenou este acto de vandalismo que envolveu militantes do seu partido, mas lamenta que desta acção se esteja a fazer um aproveitamento político.
Sobre este assunto a imprensa estatal deu um tratamento que não terá agradado o líder da UNITA. O Jornal de Angola, o único diário do país, estampou na sua capa, edição de ontem, Terça-feira: “Cidadão morre vítima de desacatos causados por militantes da UNITA”. Por sua vez a Televisão Pública de Angola passou a notícia lamentando a perca da viatura da operadora telefónica UNITEL, minimizando a morte de um cidadão em consequência do acidente que terá sido a principal causa do acto de vandalismo.
O líder do galo negro deplora e afirma que os factos estão a ser distorcidos, ao ponto de se dar mais valor a uma viatura queimada, que a morte de um cidadão.
A polícia nacional em Benguela já está no encalço dos acontecimentos, para responsabilizar os criminosos.
Em reacção a este incidente, O Comandante Geral do Polícia Nacional que se deslocou à província de Benguela, garantiu que policialmente ser ou não um militante da UNITA não interessa. O Comissário Geral Ambrósio de Lemos deu garantias de que a corporação vai actuar para responsabilizar o autor de crime.
O Presidente do partido fundado por Jonas Savimbi concorda com o Comissário Geral Ambrósio de Lemos. Samakuva entende que independente de ser um militante da UNITA ou do MPLA, está em causa um crime cometido por cidadãos.
Os incidentes do Domingo último na região do Kulango, em Benguela resultaram a detenção dezasseis militantes da UNITA, a apreensão de uma viatura do mesmo partido, o ferimento de várias outras pessoas incluindo dois sacerdotes da Congregação dos Missionários Espiritanos, dois agentes da polícia local e o motorista da viatura que vitimou o militante do Galo negro que vinha de um acto político de massas.