As Nações Unidas estão a pedir aos doadores internacionais mais ajudas para assistir centenas de milhares de deslocados da Costa do Marfim, desamparados nos campos de refugiados e aldeias.
Os doadores tinham prometido mais de 150 milhões de dólares de financiamento, mas apenas uma pequena quantia do valor foi até então recebido.
O Escritório para a Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas alertou para o facto da Costa do Marfim estar a beira de uma catástrofe sanitária.
Mais de metade das clínicas estão encerradas. Seis dos 10 hospitais estão vazios de empregados e de medicamentos depois de semanas de pilhagens e violência.
O porta-voz do OCHA - Escritório de Coordenação dos Assuntos Humanitários, Kayote Egbeleye diz que três das clínicas actualmente abertas em Abidjan estão a assistir cerca de seis milhões de pessoas sem comida e medicamentos.
Os doadores internacionais tinham prometido 160 milhões de dólares, mas o porta-voz do OCHA diz que apenas uma pequena parte desse valor foi recolhido.
“Deste montante a soma real que se destina a Costa do Marfim são 22.4 milhões de dólares. Precisamos de mais recursos, mais dinheiro para estarmos a altura de responder rápida e positivamente onde as necessidades forem constatadas, principalmente nos domínios de abrigo, saúde, e protecção de civis.”
O porta-voz do OCHA diz que a região oeste da Costa do Marfim é a que se encontra em pior condição. Num campo de refugiados perto da cidade de Duékoué diz Egbeleye, 28 mil pessoas estão abrigadas em tendas numa área de 4 hectares.
Muitas dessas pessoas enfrentam riscos constantes de surto de doenças diarreicas como a cólera. Um outro risco maior segundo ainda esse funcionário das Nações Unidas é a erupção da violência. Grupos de milícias foram vistos a patrulhar a área na zona da fronteira com a Libéria.