Taur Matan Ruak conquistou 61,23% dos votos, enquanto o ex-presidente do Parlamento Francisco Lu Olo Guterres (apoiado pela histórica Fretilin – Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente) se ficou pelos 38,77% dos votos.
A participação cifrou-se nos 73%, especificou o secretário eleitoral.
José Maria Vasconcelos, mais conhecido por Taur Matan Ruak, o último comandante das Forças Armadas para a Libertação e Independência de Timor-Leste (Falintil) foi eleito novo Presidente da República Democrática de Timor-Leste.
Como Presidente a maior preocupação é o futuro de Timor e os problemas do dia-a-dia do nosso povo que devem ser ultrapassados para dar mais margem para novos progressos, segundo afirmou à agencia de noticias Lusa.
Durante o mandato Taur Matan Ruak prometeu apostar na sua integração com a criação de um programa que inclui várias iniciativas entre as quais o alargamento do serviço militar obrigatório.
Vasconcelos, posteriormente Taur Matan Ruak, é o mais velho de oito irmãos. Casado e pai de três filhos, filho de um partidário da APODETI (pró-indonésio), que depois se tornou nacionalista, quando começou a levar pancada da polícia por causa das actividades do filho guerrilheiro.
Activo defensor dos direitos dos trabalhadores, foi várias vezes a tribunal até ao 25 de Abril de 1974 e ao posterior fim do domínio colonial português. Após a invasão da Indonésia, em 1975, fugiu para as montanhas e juntou-se ao então recentemente formado exército das Falintil.
Taur Matan Ruak participou como guerrilheiro em batalhas contra o exército indonésio e a sua primeira nomeação oficial foi feita após a reunião do Conselho Superior do Sector Centro-Leste, em Venilale, no final do ano de 1976.
Em 1979, na sequência de sérios reveses nas forças de resistência, foi-lhe atribuída a tarefa de reagrupar as Falintil da região leste e localizar sobreviventes de uma companhia.
Em 1981, foi um dos criadores do Conselho Nacional da Resistência Revolucionária e tornou-se adjunto do Estado-maior das Falintil, sob o comando do líder histórico Xanana Gusmão.
A sua liderança foi testada em dois grandes momentos, antes e depois da libertação nacional. O primeiro quando teve de segurar os seus homens, acantonados na Montanha do Mundo Perdido, em pleno referendo à autodeterminação do território, em 1999.
O segundo em 2006, quando uma grave crise política e de segurança levou à implosão da Polícia Nacional mas não das Forças Armadas.
Tal como Xanana Gusmão, despiu a farda para se entregar ao exercício da política.