A nova presidente do Malawi, Joyce Banda, está a movimentar-se rapidamente para consolidar o seu poder, tendo na terça-feira demitido a ministra de Informação, Patrícia Kaliati, e o chefe da Polícia, Peter Mukhito.
Joyce Banda anunciou também a abertura de uma investigação à morte em 2011 do activista Robert Chasowa, de 25 anos de idade, que tinha criticado o falecido presidente Mutharika.
Chasowa, um estudante universitário, foi encontrado morto no chão de um campus da Universidade de Blantyre, tendo na altura o chefe da Policia, Peter Mukhito, afirmado que Chasowa se tinha suicidado.
A Polícia divulgou duas notas suicidas, mas familiares e amigos de Chasowa disseram que não houve suicídio e que as notas escritas à mão não eram dele.
Pouco depois da morte do presidente Mutharika, a então ministra da Informação, Patrícia Kaliati, sugeriu que a vice-presidente Banda, que tinha sido crítica do presidente Mutharika e foi expulsa do partido no poder, não podia ser presidente.
O correspondente da Voz da América no Malawi, Rafael Tenthani, disse que Joyce Banda, a segunda mulher presidente em África, está a tentar construir o que a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, começou quando foi eleita a primeira mulher presidente de África.
A presidente do Malawi nomeou também Mary Nkosi como governadora do Banco Central, a primeira mulher malaviana a exercer aquelas funções.
Joyce Banda afirmou também querer normalizar as relações com os doadores externos do país, incluindo os Estados Unidos.
A presidente Banda disse terça-feira aos jornalistas que, numa chamada telefónica, tinha pedido à secretária de Estado americana, Hillary Clinton, para descongelar a ajuda ao Malawi através da Conta do Desafio do Milénio.
Joyce Banda disse ainda ter garantido à secretária de Estado Clinton de que o seu governo irá trabalhar para restaurar o primado da lei e os princípios democráticos no Malawi, assim como o respeito pelos direitos humanos.
