Os dirigentes das facções Palestinianas Hamas e Fatah acordaram na reconciliação, ao abrigo de um acordo criticado por Israel. O acordo foi negociado no Egipto.
O acordo de reconciliação destina-se a unificar os governos Palestinianos rivais num governo provisório que conduza, no próximo ano, a eleições.
Após um breve atraso, de última hora, a cerimónia decorreu com o Presidente Mahmoud Abbas, e dirigente do Hamas Khaled Meshaal, na presença de dignitários estrangeiros.
O responsável do Hamas Azzam al Ahmed, em declarações antes da cerimónia, descreveu o governo de transição como sendo um de eficácia nacional.
Ahmed minimizou as partes envolvidas, referindo que não representam nem o Hamas, que governou Gaza desde 2007, nem a Fatah na Margem Ocidental.
Apoiantes de um Estado Palestiniano encaram o acordo como sendo a única forma de avançar e por termo à rivalidade que tem dividido o movimento Palestiniano nos últimos quatro anos.
Hassan Nafae é um cientista politico professor na Universidade do Cairo.
“A realidade é juntarem-se, falar com uma só voz, abrindo o caminho para o futuro. É um passo muito, muito importante e penso que sem isso nada poderá acontecer”.
Israel condenou o acordo, tendo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu feito um apelo ao Presidente Mahmoud Abbas para escolher a paz com Israel em detrimento de qualquer acordo com o Hamas, que Israel, bem como os Estados Unidos, consideram uma organização terrorista. O Hamas que não reconhece Israel, referiu que irá respeitar uma trégua não oficial.
No entanto, os ataques a partir de Gaza contra Israel podem minar qualquer confiança israelita naquela posição.
O papel do Egipto na obtenção regista-se após o novo governo do Cairo ter indicado que vai abrir a fronteira de Rafah para Gaza, e minorar a pressão do bloqueio israelita.
“Logo que exista um governo unificado, não haverá pretexto para continuar com o encerramento da fronteira”.
Não é claro que esta decisão possa ter desempenhado um papel na aproximação dos dois lados, embora o Egipto tenha trabalhado – em vão – no sentido da reconciliação.
O Egipto, sob o antigo Presidente Hosni Mubarak tinha encerrado Rafah após a vitória do Hamas em Gaza, alegando o compromisso para com acordos de paz existentes.
O antigo governo utilizou igualmente o alastramento da militância no Egipto como sendo uma outra razão para manter o controlo estrito daquela fronteira.