Apesar das recentes boas noticia segundo as quais milhões de pessoas têm agora acesso a água potável, um novo estudo destaca que um aumento da procura de água ameaça uma multiplicidade de objectivos de desenvolvimento.
A mudança de comportamento do consumo, o aumento das exigências de alimentos, a urbanização rápida e a mudança de clima aumentam a pressão sobre as reservas de água do planeta.
Estas as principais conclusões de um relatório divulgado em Paris pela UNESCO, cujas conclusões serão debatidas ainda esta semana na cidade portuária francesa de Marselha.
Para Ulcay Unver, que coordenou o projecto, não se trata do primeiro alerta sobre a água.
“A crise da água tende a ser mais de nível local do que a nível global. Muitos de nós – publico e mesmo dirigentes – não olham para a situação global”.
A semana passada a ONU anunciou que as nações alcançaram um objectivo do milénio cinco anos antes do previsto – para reduzir a metade a percentagem de pessoas sem acesso a água potável.
“Estamos a falar de uma componente muito importante do consumo de água. Representa aproximadamente 10 por cento da utilização da água. O restante é feito em actividades como a agricultura e a indústria. Temos igualmente que abordar os extremos da água – as inundações e as secas”.
O relatório indica que outras utilizações da água são cada vez mais problemáticas. A infra-estrutura sanitária, por exemplo, não evoluiu com a urbanização rápida. Os agricultores utilizam agora muita mais água para fazer crescer as culturas para o crescendo populacional – bem como novos hábitos de consumo como comer mais carne. A meio deste século, indica o relatório, o mundo irá necessitar de mais 70 por cento de água que aquela que utiliza agora.
A ONU prevê que estas pressões vão agudizar as disparidades económicas e as tensões entre populações e regiões.
Cada área enfrenta a sua própria série de desafios colocados pela água. A África necessita de melhorar a infra-estrutura aquática e utilizar as existências abundantes com mais eficácia.
As mudanças de clima vão adicionar mais pressão à já de si deficiente região Árabe. Na Ásia, a pressão é proveniente da urbanização acelerada, ao desenvolvimento económico e à industrialização. Ao mesmo tempo, um certo número de comunidades, desde Ancara a Manila, começam a utilizar os recursos de água mais eficientemente.
A principal mensagem do relatório, são os problemas da água – e as soluções – que devem ser encaradas com maior seriedade.