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Carnaval no Rio de Janeiro e na Bahia ameaçado pela greve dos policias


Presidente Dilma Rousseff
Presidente Dilma Rousseff

A oposição acusa o governo de ter deixado a situação ameaçar o carnaval

O Brasil vive um clima de insegurança com as greves de policiais militares e civis nos estados da Bahia e do Rio de Janeiro. A oposição acusa o governo da presidente Dilma Rousseff de ter deixado a situação chegar ao ponto de ameaçar a tradicional festa brasileira, o carnaval.

O quadro já estava tenso com a greve de policiais da Bahia, iniciada no dia 31 de Janeiro. Mas, ficou ainda pior na noite desta quinta-feira (9) com o anúncio da greve dos policiais militares, civis e até bombeiros do Rio de Janeiro.

A queda de braço marca as negociações nos dois estados. O governador do estado da Bahia, Jaques Wagner, afirma que não vai aumentar de proposta de reajuste de 6,5% para a corporação que pede 30%.

No Rio de Janeiro, o governo resiste, alegando que já foi aprovado, nessa quinta-feira (9), projeto de lei que determina 38,81% de aumento para os funcionários públicos da área da segurança do Rio. Mas, o que revolta os grevistas, é que esse aumento seria gradativo, até o ano que vem. Além disso, eles querem também redução da jornada, auxílio transporte e alimentação.

Gravações feitas com autorização da justiça mostram que, diante do impasse, os grevistas estariam determinados a atrapalhar os dois maiores carnavais do Brasil e do mundo: do Rio de Janeiro e de Salvador, na Bahia.

Nas duas regiões brasileiras, líderes dos movimentos acusados de estarem planejando atos de vandalismo e articulando situações instabilidade no país têm sido presos. Só nesta sexta-feira, a justiça ordenou a prisão de 11 grevistas do Rio de Janeiro.

Os governos dos dois estados tentam tranquilizar turistas com relação ao carnaval. No Rio, por exemplo, 14 mil homens do exército vão ocupar, nas próximas horas, pontos estratégicos da capital. Homens da Força Nacional também vão tentar suprir a falta dos policiais.

Na Bahia, as autoridades também dizem que podem manter a normalidade e garantir a segurança de moradores e turistas agora que contam com homens do exército e da força nacional, cedidos pelo governo federal.

Conseguindo ou não contornar a situação, as greves das polícias provocam desgastes nos governos estaduais e no federal. A oposição culpa o governo da presidente Dilma Roussef pelo problema na segurança, ameaçando os brasileiros e a festa mais tradicional do país.

O deputado ACM Neto (DEM) critica a demora na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional, chamada de PEC 300, que estabelece um piso nacional para policiais e bombeiros. “É uma reivindicação antiga. É bom lembrar que ela não estabelece qual vai ser o piso salarial para os policiais. Ela só prevê que exista um piso salarial nacional para os policiais. É o primeiro passo para resolver, de uma vez por toda, essa discussão espinhosa sobre a remuneração dos policiais no Brasil. Depois em lei complementar é que vai se decidir quanto seria esse piso e como seria pago.”

Para o deputado do DEM, a votação da PEC é crucial neste momento. “É oportuna até para evitar que esse tipo de movimento aconteça pelo Brasil afora, o que é muito ruim. Isso gera instabilidade, insegurança e vidas são comprometidas com esses atos, muitas vezes exagerados e equivocados de policiais no Brasil.”

O deputado federal da oposição Domingos Sávio (PSDB) vai mais longe e critica o governo federal pela falta de um plano nacional para financiar a segurança pública. “O nosso modelo de democracia está fragilizado. Ele não dá resposta rápida, ele fica atrás no tempo. O que nós precisamos fazer no Brasil é um plano nacional de segurança. Você tem que definir com clareza fontes de financiamento para, a partir disso, definir um salário justo para os policiais. Assim como na educação, foi preciso definir um percentual mínimo obrigatório para ser aplicado na educação e na saúde também,” afirma.

O deputado lembra que a segurança pública não pode ser tratada como menos importante do que a saúde e a educação, por exemplo. “Do que adianta você cuidar do filho com todo carinho, educar, cuidar da saúde e depois jogá-lo nas mãos de traficantes ou vê-lo ser assassinado barbaramente na rua por um assaltante qualquer. Segurança é essencial para todo o cidadão e para ter isso tem que tem plano nacional, tem que ter obrigatoriedade de investimento por parte da União e dos Estados,” afirma.

“Hoje a União, simplesmente, vira as costas e fala que é obrigação dos Estados. Isso é uma falácia. A Constituição brasileira não fala que segurança é apenas responsabilidade dos estados,” completa.

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