28 Jan 2011 - Apenas 10% das decisões adoptadas nas cimeiras da União Africana são implementadas, e um activista dos direitos humanos disse à VOA recear que, este ano, seja a mesma coisa.
Um estudo feito por diversas organizações não-governamentais foi entregue a representantes da União Africana, a quem os representantes da sociedade civil pediram que defenda a boa governação no continente e leve à práctica decisões que garantam a paz e a segurança.
A cimeira da União Africana tem inicio este fim-de-semana em Addis Ababa sob o tema “Maior unidade e integração através de valores comuns”.
Numa declaração conjunta diversas organizações não governamentais, como o Fórum de Organizações da Sociedade Civil da África Ocidental, a Iniciativa para os Direitos de Refugiados Internacionais e outras disseram que a boa governação, democracia e direitos humanos são e devem fazer parte desses valores.
Mas a julgar pelo passado as perspectivas de decisões sobre essas questões serem aplicadas são fracas.
Desire Assogbavi da organização humanitária Oxfam disse foi levada a cabo uma investigação em diversos países africanos sobre aplicação de decisões anteriormente tomadas pela união africana.
“As conclusões são muito surpreendentes. Apenas 10 por cento das decisões previamente tomadas pela união africana foram implementadas nos países membros. Isso não é aceitável para os cidadãos que esperam que essas decisões se tornem numa realidade,” disse.
Assogbavi acrescentou que as organizações que efectuaram o estudo apelam agora para que algo se faça sobre este “grave problema”.
A implementação das decisões, disse ainda este activista da OXFAM, deve fazer parte das discussões na cimeira sobre valores comuns. Desire Assogbavi disse ainda que a situação de direitos humanos nos países Africanos “ainda tem que ser seriamente melhorada”.
“Contudo temos que salientar que a decisão de discutir ou pelo menos colocar na mesa de trabalhos esta questão é uma decisão que deve ser saudada” disse acrescentando que “agora queremos que esta decisão seja aplicada na realidade dos países que fazem parte da união”.
O activista da Oxfam disse acreditar que a União Africana tem os instrumentos necessários para pressionar e impor nos estados membros o respeito pelas decisões sobre direitos humanos.