26 Jan 2011 - Os democratas no Congresso mostraram maior satisfação em relação ao discurso do Estado da União do presidente Barack Obama, que procurou unir os dois principais partidos à volta de um consenso nacional.
A tentativa do presidente Obama de unir um congresso dividido, e cuja polarização reflecte os efeitos da crise económica, obteve uma apreciação positiva da congressista Sheila Jackson-Lee do Estado do Texas.
"Foi um discurso inovador e excitante, em que se podia ver a perspectiva ponderada do presidente de como se deve avançar. É isso que fazem os presidentes. Eles dirigem. Eles expõem uma visão, um roteiro, e os outros devem estar prontos para seguir”, salientou a congressista.
Mas o apelo do presidente Obama para o congelamento, durante cinco anos, das despesas públicas, de forma a combater o défice federal de um bilião de dólares, não agradou ao Republicano, Steve King do Estado do Iowa.
Para ele, “o presidente acredita na despesa pública como ferramenta da recuperação económica. E ele [Obama] ainda acredita na nacionalização de empresas se tiver oportunidade em realizá-la. Por isso penso que nós, os Republicanos, temos um grande e fundamental desacordo com o presidente.”
O presidente Obama está a tentar adoptar uma política mais centrista de forma a obter o apoio dos Republicanos, mas esse seu esforço parece não ter obtido a aprovação do congressista Trent Franks do Estado do Arizona.
O congressista diz que Obama fez “uma difícil viragem para o centro. E se as pessoas acreditarem nele, devem ter é vergonha.”
Apesar das divisões político-partidárias, nem todos os Republicanos reagiram negativamente, e nem todas as reacções dos Democratas foram positivas. O Congressista King saudou as ideias do presidente em relação à política externa.
“As observações do presidente sobre o Iraque foram muito boas. Eram inspiradoras. Elas articulam o sacrifício e o grau da missão. Do mesmo, para o Afeganistão, quando disse – ‘inimigos vamos derrotar-vos’ – este foi um ponto forte do discurso”, sublinhou King
Seja como for, todo e qualquer resultado obtido com o discurso do Estado da União do presidente Obama, vai ser posto à prova no Congresso, onde as maiorias Republicana na Câmara dos Representantes e Democrata no Senado, e a Casa Branca, vão ter que coabitar nos próximos dois anos.