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Gbagbo rejeita Odinga como mediador da União Africana


Gbagbo rejeita Odinga como mediador da União Africana
Gbagbo rejeita Odinga como mediador da União Africana

O governo da Costa do Marfim informou ter deixado de aceitar o mediador da União Africana para crise política no país, o primeiro-ministro do Quénia, Raila Odinga, porque entende estar alinhado com o internacionalmente reconhecido vencedor das eleições presidenciais de Novembro, Alassane Ouattara.

20 Jan 2011 - Paralelamente, o Conselho de Segurança das Nações Unidas votou unanimemente na quarta-feira pelo envio de mais 2000 “capacetes azuis” para a Costa do Marfim, que se vão juntar aos 9000 soldados e civis da ONU que se encontram já no país. Paulo Faria.

O primeiro-ministro queniano, Raila Odinga, deixou Abidjan depois de ter mantido encontros extensivos com o presidente Laurent Gbagbo e o antigo primeiro-ministro Alassane Ouattara. Odinga afirmou que não se chegou a um consenso para resolver a crise política porque Gbagbo recusou discutir a sua saída do poder e quebrou por duas vezes a promessa de levantar o bloqueio ao hotel onde se encontra Ouattara.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Gbagbo, Alcide Dedje, disse que Odinga mostrou que não e neutral na crise e que o governo deixou de aceitar a sua mediação.

Odinga deixou a Costa do Marfim para conversações com os chefes de estado do Gana, Angola e Burkina Faso.

Entretanto, todos os 15 membros do Conselho de Segurança aprovaram uma resolução autorizando o envio de mais 2000 soldados para a Costa do Marfim ate 30 de Junho.

A resolução expressa também profunda preocupação sobre a continua violência e violação de direitos humanos na Costa do Marfim, incluindo a violência contra militares e civis das Nações Unidas. O Conselho de Segurança realçou que os responsáveis pelos crimes contra o pessoal e civis das Nações Unidas devem ser responsabilizados.

Enquanto isso, dois especialistas em direitos humanos das Nações Unidas advertiram contra a possibilidade de genocídio na Costa do Marfim.

Edward Luck disse a jornalistas estar particularmente preocupado pelas alegações de que as forcas armadas e grupos de milícias que apoiam grupos opositores estão a recrutar e a armar grupos étnicos aliados a cada um dos campos e disse haver já confrontos étnicos em várias áreas da Costa do Marfim:

“Existe um risco real de que tais confrontos possam espalhar-se através do país. Se não forem contidos, podem culminar em atrocidades em massa. Pedimos a todas as partes na Costa do Marfim para refrearem discursos inflamatórios que incitem a ódio e violência.”

Luck acrescentou que o seu receio e de que se possa estar à beira de algo que pode ser muito feio e muito destrutivo.

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