As tropas americanas procederam recentemente à sua retirada do Iraque.
Agora, 9 anos depois do início do conflito, 3 ex-entidades oficiais americanas fizeram à “Voz da América” um balanço da intervenção americana.
Os Estados Unidos invadiram o Iraque em Março de 2003 para derrubar o governo de Sadam Hussein que supostamente estaria munido de armas de destruição em massa.
Sadam Hussein foi afastado mas nunca foram encontradas tais armas. O ex-embaixador americano junto das Nações Unidas John Bolton afirmou-nos que o seu regime representava uma verdadeira ameaça: “o principal objectivo que alcançamos foi o afastamento de Sadam Hussein e a eliminação do seu regime que constituía uma ameaça à paz internacional e à segurança regional e global”.
Contudo o ex-conselheiro de segurança nacional Brent Scowcroft que se opôs à intervenção militar americana no Iraque, vê as coisas por um ângulo diferente: “apesar de Sadam ser perigoso, o Iraque estava contido. Ele tinha ambições na região mas não tinha meios para pô-las em prática. As suas forças armadas eram fracas como ficou demonstrado e não constituía uma ameaça básica à região. O preço que pagámos para eliminá-lo foi muito elevado.”
Cerca de 4 mil e 500 soldados morreram e mais de 30 mil ficaram feridos durante o conflito e os Estados Unidos chegaram a ter mais de 170 mil soldados estacionados no Iraque.
Por outro lado, dezenas de milhar de civis iraquianos perderam as suas vidas e centenas de milhões de dólares foram gastos no esforço de guerra.
O ex-secretário da defesa americano William Cohen avaliou assim a intervenção americana no Iraque: “ conseguimos fazer com que o povo iraquiano pudesse votar. As sementes da democracia foram plantadas. Resta saber se irão germinar. Tiveram a oportunidade de ter uma democracia em vez de um ditador e cabe-lhes agora decidir qual o rumo a seguir”.
Em relação ao futuro Brent Scowcroft não deixou de salientar que o Iraque é um país extremamente complexo: “de seguida o Iraque deve olhar para si próprio. O Iraque é um país muito complicado. Está dividido religiosamente. Está dividido etnicamente. É um país rico mas essas riquezas não estão distribuídas equitativamente. Há muito trabalho a fazer para harmonizar tudo isso.”
Desde a retirada americana no final do ano passado, o Iraque tem vindo a debater-se com a escalada de uma crise política e tem sido palco de numerosos atentados bombistas.