Washington, 06 Jan - A primeira fase de uma vasta operação para a legalização de zimbabueanos que chegaram a África do Sul nos últimos dez anos, chegou ao fim.
O governo sul-africano está a apreciar mais de 275 mil pedidos de residência cujo prazo de entrega terminou a 31 de Dezembro, e já anunciou que não irá proceder deportações até ao final do processo.
Entre os requerentes à residência na África do Sul estão os zimbabueanos que falsificaram certidões de nascimento e passaportes sul-africanos.
No inicio do processo de legalização no passado mês de Setembro, o governo sul-africano disse que não iria processar judicialmente aqueles que recorreram à falsificações de certidões e demais documentos, num gesto de amnistia.
Muitos activistas políticos zimbabueanos disseram ter atravessado a fronteira para África do Sul, em busca de asilo político e fugirem da perseguição do governo da ZANU-PF.
Muitos tornaram-se em refugiados económicos por causa da desvalorização do dólar zimbabueano, da escassez dos géneros alimentícios e do encerramento de escolas e hospitais.
O director dos assuntos internos da Africa do Sul, Mkuseli Apleni disse que milhares de zimbabueanos foram amnistiados da falsificação e muitos outros renunciaram ao estatuto de exilado político.
“Foi concedida a amnistia a 6243 cidadãos zimbabueanos. E um total de 49255 zimbabueanos renunciaram o estatuto de exilado para obterem um visto válido de trabalho.”
Mkuseli Apleni adianta que era claro que a maioria dos zimbabueanos na África do Sul quis seguir os regulamentos dos órgãos de imigração, de forma que pudessem trabalhar e viver livremente, sem o medo de serem deportados.
O facto do governo zimbabueano ter reconhecido como difícil a produção de 500 passaportes diários para os seus cidadãos, faz com que o processo de legalização dos que requereram vistos de trabalho e negócios vai levar vários meses para ser concluído.
A Organização Não-governamental – Povo contra sofrimento, opressão e pobreza – desenvolveu uma vasta campanha para prevenir a xenofobia em relação aos zimbabueanos e organizou protestos em nome dos que iam ser deportados. A mesma agradeceu o governo sul-africano pela iniciativa em legalizar os zimbabueanos, mas mostrou-se preocupada com o facto da situação de 100 mil dos requerentes depender ainda do governo zimbabueano que deverá atribui-los os respectivos passaportes.
Pensa-se ainda que muitos outros ilegais zimbabueanos não puderam aderir ao processo por causa do medo.
Entretanto logo a seguir ao 31 de Dezembro, data limite para a legalização, os serviços de passaportes do Zimbabué anunciou a avaria do seu sistema, e desde então foi suspensa a atribuição de passaportes.