A decisão do governo angolano de remover um grande número de postos policiais de controlo nas estradas do país pode ter consequências negativas não previstas, avisam alguns analistas angolanos.
Isto depois dos ministro dos Interior e do Turismo, Eugênio Laborinho e Márcio Daniel, se terem reunido de emergência no fim de semana para analisar a questão tendo decidido na remoção dos controlos policiais intermunicipais mantendo apenas os interprovinciais bem como o fim do controle migratório nos voos domésticos.
A medida foi justificada com a necessidade de melhorar o sistema de "entrada, permanência, mobilidade e saída dos turistas do país, assim como conformar e padronizar a partilha de dados estatísticos sobre o movimento migratório de estrangeiros".
A decisão foi tomada depois de uma cidadã estrangeira se ter queixado nas redes sociais, de ter sido vítima de extorsão por parte de agentes da polícia ao longo da viagem turística que realizou às províncias de Luanda, Cuanza Norte e Malanje.
Há muito que os postos policiais nas estradas são vistos como locais de extorsão onde motoristas têm que pagar aos agentes para não serem importunados senão mesmo impedido de prosseguir viagem.
Transportadores de passageiros levam em conta como despesas as quantias que têm de pagar nesses postos de controlo.
O analista, Ilídio Manuel, disse no entanto e que o combate à corrupção no seio dos agentes reguladores de trânsito "passa pela sua educação e atribuição de salários e subsídios condignos por forma a desencorajá-los a praticar actos de corrupção”.
Ele avisou que a remoção dos postos de controlo " vai facilitar o contrabando de combustível , das drogas, mercadorias e de órgãos humanos”.
O analista social, André Augusto também defende que “desativar os postos policiais não é a solução para o combate à corrupção no seio da corporação".
“É facilitar o roubo de viaturas, os assaltos na via pública, a circulação livre da droga e de cidadãos estrangeiros ilegais”, disse.
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