A produção diamantífera de Angola foi muito superior daquilo que o país conseguiu vender nos mercados internacionais, revelam dados do Sistema Internacional de Certificação do Processo de Kimberley (CNPK)
Um relatório de Balanço das Ações de Perspetivas do Plano de Desenvolvimento do Setor 2023/2024 da Comissão Nacional daquele mecanismo internacional indica que Angola foi responsável por 9% dos diamantes comercializados no mundo pelos países inseridos no Processo Kimberley em 2024.
Há poucas semanas. o ministro dos Recursos Minerais de Angola, Diamantino Azevedo, revelou que o país produziu este ano 12 milhões de quilates de diamantes, ultrapassando, pela primeira vez, a fasquia dos milhões de quilates.
O balanço do CNPK revela que a produção mundial foi de 111.522.755,27 quilates e este ano foram vendidos em todo o mundo 9.754.309,81 quilates.
Assim, os 9% de Angola equivalem apenas a 877.887 quilates, um número muito abaixo dos 12 milhões produzidos.
Ainda não foram publicados números oficiais das vendas de diamantes angolanos este ano, mas sabe-se que a indústria, não só em Angola mas ao redor do mundo, tem deparado com problemas, nomeadamente a concorrência de diamantes artificiais e a guerra na Ucrânia.
A particiação da companhia russa Alrossa na mina de Catoca criou “obstàculos” à comercialização dos diamantes angolanos devido às sanções impostas à Rússia e levou o Governo de Angola a pressionar a Alrosa a vender a sua participação na mina de Catoca, um processo que se mostrou moroso devido à relutância da companhia russa em efetuar essa venda.
O negócio foi finalmente concluído, tendi a companhia Maaden International Investments, de Oman, comprado as ações da Alrosa.
Por outro lado, em Agosto,a companhia estatal angolana ENDIAMA disse que os preços dos diamantes angolanos estavam na primeira metade do ano entre 30% e 55% abaixo do que havia sido planeado.
Laurindo Paulo, da ENDIAMA afirmou na altura que se esses preços continuassem a companhia iria “provavelmente ter algumas dificuldades até ao final do ano”.
O portal Minas de Angola disse que Angola tinha obtido 288 milhões de dólares na venda de dimantes nos primeiros cinco meses do ano, quando foram produzidos 4,2 mihões de quilates.
A produção de diamantes em Angola vem de diversas minas como Catoca, Lulo e Leule.
O mesmo portal disse no inicio de dezembro que “dos 6,5 milhões de dólares arrecadados com a venda de nove pedras disponibilizadas pela Sodiam, 2,67 milhões foram de Lulo.
O recém-nomeado presidente da Lucapa, Alex Kidman disse que estas vendas provaram “a resiliência e o valor das pedras da Lulo no aual mercado de diamantes”.
"A produção de Lulo continua a ser muito procurada e esperamos ter mais licitações bem-sucedidas no novo ano", conclui o mesmo portal.
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