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Angola: Juiza coloca "Man Gena" em prisão preventiva em audiência com enorme aparato policial


Tribunal distrital de Luanda, Dona Ana Joaquina. Angola, 11 de Fevereiro 2022
Tribunal distrital de Luanda, Dona Ana Joaquina. Angola, 11 de Fevereiro 2022

Gerson Eugénio Quintas é acusado dos crimes  de roubo qualificado e abuso de confiança,  ultraje ao Estado, seus símbolos e órgãos, incitação pública ao crime, difamação, injúria e calúnia.

O ativista angolano Gerson Eugénio Quintas "Man Gena", deportado de Moçambique para Angola, vai continuar em prisão preventiva até ser julgado pelos crimes de roubo qualificado e abuso de confiança, ultraje ao Estado, seus símbolos e órgãos, incitação pública ao crime, difamação, injúria e calúnia.

A decisão foi tomada por uma juíza de garantia do Tribunal da Comarca de Luanda, nesta quinta-feira, 29, depois de Man Gena ter sido detido à chegada ao país no domingo, 25.

Antes da audiência, as ruas adjacentes ao tribunal foram tomadas por um enorme aparato policial, montado pela Polícia Nacional e pelo Serviço de Investigação Criminal, que impressionou os presentes.

Man Gena entrou no tribunal encapuzado, com uma enorme escolta, e os jornalistas foram impedidos de usar os seus telemóveis no tribunal.

A juíza aplicou a pena mais gravosa.

Man Gena esteve preso durante nove anos por tráfico de droga, mas depois começou a colaborar com a Polícia.

Foi então que, através de vídeos nas redes sociais, ele acusou altas entidades de envolvimento no narcotráfico, passando, segundo ele, a ser perseguido.

No ano passado, ele fugiu com a esposa e dois filhos para Moçambique, onde não conseguiu o estatuto de refugiado junto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

Em declarações aos jornalistas, na terça-feira, 27, o porta-voz do SIC-geral disse que a corporação investigou as acusações feitas por "Man Gena" contra altas patentes da Polícia Nacional, das Forças Armadas Angolana e do SIC, de envolvimento no narcotráfico, mas que são infundadas.

"Tudo quanto Man Gena denunciou na internet não está comprovado", afirmou o superintendente-chefe Manuel Halaiwa, quem acrescentou que o ativista tem agora "a soberba oportunidade de as comprovar".

Entretanto, no mesmo dia, a esposa de Man Gena, Clemência Suzete Vume, deportada de Moçambique juntamente com o marido, por permanência ilegal naquele país, disse à imprensa, num hotel em Luanda, que muitas provas que o martido tinha desapareceram num assalto que sofreram na sua residência em Luanda, e lamentou o fato de o esposo estar detido.

Durante a sua estada em Maputo, a mulher perdeu um filho e responsabilizou as autoridades sanitárias pelo fato.

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