Angola Fala Só desta sexta-feira, 29 de maio, trouxe Jeff Brown, ex membro do famoso grupo de rap angolano SSP, que encontrou no gospel um outro sentido para a vida.
Nesta fase de crise, devido à pandemia da Covid-19, Jeff Brown destaca a capacidade de reinvenção dos artistas, que de um momento para o outro deixaram de poder dar concertos para multidões fisicamente, deixaram de vender CD's em lugares públicos ou dar autógrafos.
Para o músico esta experiência pela qual os músicos e todas as outras indústrias estão a passar é como um deserto e como todas as dificuldades esta é outra em que os seres humanos estão a encontrar soluções: “O deserto é um lugar que nos prepara para a batalha - esta crise é como estar no deserto e passar a valorizar a água".
Os músicos são valorizados em Angola? Jeff dá exemplo de Tony Amado
Questionado por um internauta sobre como é ser músico num país onde o "músico não é valorizado", Jeff fez uma comparação entre antes e pós colonialismo, atribuindo a falta de valorização da arte e de outros sectores à partidarização das estruturas.
Dando o exemplo de Tony Amado e de como ele "criou um estilo de dança que se transformou num estilo de música, inspirado no ator de cinema Van Damme", Jeff diz haver muita gente que não é devidamente reconhecida e que deveria haver "uma organização do cancioneiro angolano".
O músico, natural do Bié, foi para Cuba aos 11 anos, onde estudou. Na conversa para o Angola Fala Só ele diz ainda que o problema de Angola é conjuntural e que não é só a música que está a ser afetada, mas também a ciência, a medicina e até a própria política.
Acompanhe a conversa com Jeff Brown e Mayra de Lassalette, na qual também foram abordados os concertos virtuais nas redes sociais, a idoneidade dos organizadores das mais variadas ações de solidariedade em tempo de Covid-19 em Angola e também a necessidade de um resgate da cultura angolana na sua diversidade.