Pacientes com tuberculose continuam a desistir do tratamento permanecendo infectados dentro das suas comunidades enquanto outros são abandonados nos hospitais pelos familiares, disse o médico Barroso João Bernardo do Hospital Sanatório de Malanje.
Por outro lado continham a registar se casos de pacientes cuja doença é resistente ao tatamento.
No primeiro trimestre deste ano (2020)três pacientes estavam abandonados das pessoas mais próximas, mas um foi reintegrado há menos de duas semanas deste mês de Maio.
“Só de saberem que é uma enfermidade infectocontagiosa as pessoas procuram afastar-se”,disse o médico.
Essas pessoas já não vêm com frequênciaà nossas unidades hospitalares, mesmo sabendo que têm uma pessoa próxima (internada)”, acrescentou
Orlando Magalhães está internado há mais de 20 dias no hospital e diz ter perdido o contacto com os familiares logo depois de se alojar no estabelecimento sanitário.
Ele disse que nenhuma das suas três irmã o visitam.
Por outro lado o médico revelou que 35 pacientes abandonaram o tratamento e sem qualquer retorno até ao momento, o dobro dos 19 registados em 2019.
A localização dos pacientes e a condição social estão entre as causas da desistência ao tratamento.
“Ssão pacientes que vivem acima de 20 ou 30 quilómetros de distância, e para se deslocarem de casa à unidade hospitalar encontram várias dificuldades”, indicando como exemplo “a falta de dinheiro [para o táxi]”.
"Muitos têm que escolher entre a alimentação e o preço da viagem e escolhem não viajar", disse.
De Janeiro à Março, o Hospital Sanatório de Malanje consultou 1.240 pacientes, dos quais 286 casos positivos, incluindo quais 13 crianças.
Cento e 85 foram internados,dos quais 131 apresentaram baciloscopia positiva, 31 negativa e 16 fármaco resistentes.
No mesmo período em 16 pacientes a tuberculose estava associada ao HIV/Sida, enquanto que 19 doentes morreram.
O programa Nacional de combate a tuberculose garante o fornecimento de medicamentos para os doentes internados e ambulatórios.