Dois dos principais líderes oficiais da juventude angolana recusaram-se a comentar as próximas eleições para o Conselho Nacional da Juventude (CNJ) afirmando ser ainda demasiado cedo para o fazer.
O CNJ deverá realizar uma assembleia nos próximos meses e o atual dirigente do Conselho Provincial de Luanda, Isaías Kalunga, tem sido apontado como provável candidato à presidência da organização, mas ele recusou-se a confirmar a notícia.
O tema esteve em análise nesta sexta-feira, 5, no programa Angola Fala Só, da VOA.
Kalunga disse não haver ainda qualquer confirmação oficial da convocatória da assembleia pelo que enquanto isso não for feito “tudo é especulação”.
Para além disso “a apresentação de uma candidatura é feita de forma colegial e não individual”, disse.
Já Agostinho Kamuango, presidente da JURA, organização juvenil da UNITA, que neste momento dirige o conselho fiscal e jurisdicional da CNJ, afirmou também ser “prematuro quem vamos sugerir” para a presidência da organização.
Contudo, acrescentou que a sua organização quer que essa assembleia “resulte em benefícios para todos”.
“Queremos uma CNJ mais à altura de toda a juventude, mais inclusiva, mais dinâmica que de fato corresponda às expectativas de todos nós”, argumentou.
No debate, os dois dirigentes manifestaram apoio de princípio a certas questões, mas discordaram nos seus pormenores.
Por exemplo, no que diz respeito à habitação para jovens, Kalunga disse ter que “dar os parabéns” ao Presidente João Lourenço pelos seus esforços em reduzir os preços de compra e de renda nas centralidades, algo que tornou mais acessível o acesso à habitação por parte da juventude.
“Antes era muito difícil”, lembrou.
Contudo, Agostinho Kamuango disse que as iniciativas de Lourenço “não vão resolver o problema”, porque "é uma gota no oceano embora seja um começo”.
O líder da CNJ, Isaías Kalunga, abordou também a questão da promessa de criação de 500 mil empregos feitas pelo Presidente João Lourenço na sua campanha eleitoral frisando os seus esforços para atrair investimentos estrangeiros.
Como resultado, disse, tem-se assistido a maiores deslocações a Angola de empresários estrangeiros em busca de oportunidades de negócio que resultarão em mais postos de trabalho.
Já o líder da JURA lembrouque foram feitas promessas que devem ser cumpridas.
“É preciso que se honrem as promessas feitas e é preciso que se olhe para a juventude com maior responsabilidade”, acrescentou.
No que diz respeito às eleições autárquicas, Agostinho Kamuango afirmou que devem ser realizadas este ano como prometido.
“Os problemas estão cada vez mais agudizados e as autarquias são uma oportunidade para se reduzir a distância entre os governantes e os governados”, puntualizou.
“Com as autarquias o cidadão tem a oportundide de participar activamente na gestão (da sua area)”, acrescentou o líder da JURA que lamentou o facto do pacote legislativo para a realização dessas eleições não estar terminado.
Por seu lado, Isaías Kalunga fez notar que “as autárquicas fizeram parte do programa do Presidente João Lourenço" e sublinhou que “nunca contrariou essa ideia”.
“Há vontade que haja autarquias e o Presidente nunca mostrou qualquer objecção a isso”, disse Kalunga que contudo fez notar depois a situação económica do país que “vem afetar a realização das autarquias”.
Para ele "é preciso ter dinheiro”.