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Angola Fala Só - "O sacrifício é o caminho da liberdade" - Arão Tempo


 Arão Bula Tempo, presidente do Movimento de Reunificação do Povo de Cabinda
Arão Bula Tempo, presidente do Movimento de Reunificação do Povo de Cabinda
13 Dez 2019 Angola Fala Só: Arão Tempo "O sacrifício é o caminho da liberdade"
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Não é verdade que os movimentos de Cabinda estejam desunidos, disse no programa “Angola Fala Só” o jurista e presidente do Movimento de Reunificação do Povo de Cabinda para a sua Soberania (MRPCS), Arão Bula Tempo.

Para Tempo os diversos movimentos estão unidos no seu objectivo de que a independência do enclave sendo parte dos seus direitos teme opiniões diferentes sobre outras questões.

“Estamos unidos porque temos a mesma visão”, disse.

Contudo durante o programa rejeitou participar no Alto Conselho de Cabinda recentemente formado em Accra, no Gana, afirmando existirem nesse movimento “elementos não identificados que não participam na luta”.

Por isso o Alto Conselho “não inspira” e MRPCS não se identifica com essa organização.

A história de Cabinda foi alvo de um debate sobre factos históricos entre o convidado e o cientista político Issau Agostinho que pôs em causa os argumentos usados para se advogar a indepêndencia do território.

Essa troca de opiniões sobre os factos históricos do território foi concluída por Arão Tempo com a afirmação de que tudo isso deveria ser alvo de um debate aberto com todas as forças, incluindo o governo angolano, para se acabar com dúvidas sobre a situação.

Tempo explicou que o MRPCS é um movimento que luta só por meios pacíficos e descreveu a actual situação em Cabinda de “caótica”, caracterizada por detenções arbitrárias, intolerância política, “polícia em toda a parte”, e uso da violência.

Arão Tempo disse que dez militantes foram presos durante a semana por tentarem realizar uma manifestação em prol de um referendo sobre a independência. Os militantes estão sendo acusados de rebelião e associação de malfeitores, o que é uma violação da própria constituição angolana.

“Uma manifestação não é um crime”, disse.

Interrogado por um ouvinte sobre o facto de muitos cabindas pertencerem às forças de segurança de Angola e oporem-se à independencia, o jurista e activista de Cabinda disse que isso aconteceu em todos os territórios colonizados lembrando que na própria Angola muitos angolanos lutaram ao lado de Portugal ou mantiveram-se indiferentes
à luta de libertação.

Arão Tempo rejeitou a participação no sistema eleitoral angolano, mesmo a nível local.

“Não nos revemos nas autarquias”, disse.

Interrogado sobre se mantém contactos com representantes dos partidos angolanos, Arão Tempo disse que se limitam a cortesias individuais entre pessoas que se conhecem.

“O MPLA nunca estendeu a mão”, disse Arão Tempo que acrescentou que o maior partido da oposição angolana, a UNITA “nunca reconheceu” o direto à independência do povo de Cabinda.

O presidente do MRPCS reconheceu que não será facil atingir os objectivos porque luta.

“O sacrificio é o caminho da liberdade”, disse.

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