Pessimismo quase que unânime foi a nota dada pelos ouvintes do programa “Angola Fala Só” quanto às perspectivas para 2020.
Muitos disseram já não acreditar em promessas feitas por governantes afirmando que nunca têm sido cumpridas.
“Todos os anos temos estado a alimentar-nos de promessas”, disse o ouvinte Pedro Garcia que falava do Uíge para quem “o sistema tem que mudar e transformar-se” para poder haver mudanças positivas.
Garcia tal como uma grande número de outros ouvintes deu o seu apoio à realização das eleições autárquicas.
“Com o poder local as coisas vão melhorar”, disse um ouvinte que telefonou de Benguela expressando uma opinião partilhada por muitos outros.
Madalena Sebastião disse no programa que os angolanos “encontram-se num abismo” sofrendo de “fome e doença” com crianças sem roupa a buscarem alimentos nas lixeiras.
Para Madalena Sebastião “há luxo na miséria” em Angola onde “o povo está cansado de sofrer”.
A ouvinte disse que o governo deve em 2020 “olhar primeiro para o básico” como saneamento, água e estradas para facilitar a evacuação de produtos agrícolas que se perdem por falta de transporte.
“Para quê ter ouro e petróleo se não há comida?”, interrogou Madalena Sebastião para quem as autoridades “devoraram por completo o povo angolano”.
Muitos ouvintes disseram que um grande problema é o desemprego entre a juventude.
Paulo Domingos do Huambo manifestou pessimismo quanto às perspectivas deste ano sublinhando que não pode haver modificações porque “o governo é o mesmo” defendendo também a realização das eleições autárquicas para que se tenha “algo diferente”.
Alfredo Mundombe disse que Angola continua a precisar de “uma reconciliação total” mas sublinhou que a reconciliação só pode existir quando “as necessidades básicas” dos angolanos forem asseguradas.
O ouvinte João António que contactou de Cabinda disse que para si 2020 deve ser o ano em que quer “ver a realidade da justiça”.
Neste momento há “ataques contra alguns enquanto outros estão no governo”. “Os que roubaram milhões estão no governo”, acrescentou João António para quem o presidente João Lourenço “abriu as portas e a visão dos angolanos” que querem agora uma justiça independente e activa.
Para este ouvinte de Cabinda deve também haver “eleições autárquicas para todos”.
“As eleições gerais não se realizaram só em algumas provincias por isso as autárquicas também deve ser para todos”, acrescentou.
Um outro ouvinte que contactou o programa pelas redes sociais teve um recado para o Presidente João Lourenço: “Coragem em 2020”.