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Angola em busca de ensino de qualidade


Rede angolana de Educação Para Todos: "a qualidade de ensino passa também por aspectos ligados à auto-estima e à formação do próprio professor"

Em Angola a sociedade civil está a advogar a reformulação dos programas curriculares para garantia de um ensino de qualidade.
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As condições para uma educação de qualidade na opinião de alguns actores da sociedade civil dependem da reformulação dos currículos para formação de quadros. O Sindicato dos Professores e Trabalhadores do Ensino Não-Universitário mostra-se preocupado com esta situação, na medida em que o actual sistema vitimiza os professores.

Referindo-se a implementação da Reforma Educativa em Angola, o Presidente do SINPTENU, José João enfatiza que da qualidade dos professores depende a qualidade do ensino. Reconhece o esforço do Executivo, mas se mostra insatisfeito com esta problemática.

O grande desafio que o Executivo tem estado a perseguir, segundo o Ministro da Educação é um ensino de qualidade na primeira infância. Mpinda Simão o titular do sector fala da implementação de mediadas para que as crianças aprendam e com qualidade.

Na visão da Rede angolana de Educação Para Todos a qualidade de ensino passa também por aspectos ligados a auto-estima, o status e a formação do próprio professor. A luz da reforma efectuada no sistema de ensino em Angola os professores das 5ª e 6ª classes leccionam oito disciplinas.

Victor Barbosa coordenador nacional da Rede EPT Angola diz que as limitações académicas dos professores podiam ser eliminadas com espaços de diálogos e oficinas pedagógicas, o que actualmente não previsto no regulamento de ensino.
Além dos programas Curriculares a Directora de Programas da Fundação Open Society Angola tem uma apreciação crítica em relação as Políticas do Executivo para Educação de crianças, Jovens e Adultos. Para Sisaltina Kutaya no capítulo da educação na primeira infância Angola está atrasada por falta de política nacional bem formulada.

Em relação ao projecto do governo angolano de Alfabetização da população jovem e adulta iletrada, Sisaltina Kutaya sugere a estruturação de políticas que dêem competências que ultrapassam a componente ALFABETIZAÇÃO.

A responsável pela área de Programas da Fundação Open Society Angola salienta por outro lado a importância dos cursos técnicos, mas lamenta a ausência de políticas estruturadas de colaboração entre o Ministério da Educação e o Ministério da Administração Pública Trabalho e Segurança Social, este último responsável pela política de formação profissional de jovens angolanos.

Ainda em relação ao projecto de Alfabetização o Coordenador da Rede angolana de Educação para Todos sugere um programa de ensino que ultrapasse a necessidade de aprender a ler e escrever. Victor Barbosa pensa que toda sociedade deve ser mobilizada para uma educação de qualidade, aspecto que obriga a uma revisão das orientações de governação para o sistema de ensino.

José João Presidente do SINPTENU relaciona por outro lado a qualidade de ensino e as metas do milénio. O sindicalista diz que do ponto de vista dos números o país está próximo dos desideratos, mas estes nem sempre traduzem a verdade.

No que toca as verbas alocadas para o sector da Educação no Orçamento Geral do Estado, Sisaltina Kutaya defende que o Ensino Primário devia ser a prioridade do Executivo caso a qualidade de ensino fosse o seu grande desafio, olhando não apenas a construção de mais salas de aulas, mas de escolas que respondam as reais necessidades de instrução para o país.

Aliados a educação de qualidade estão factores como a gratuitidade do ensino e a dinâmica de acompanhamento das instituições, quem assim defende é o coordenador da Rede EPT Angola Victor Barbosa.
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