O governo angolano concordou em acabar com a obrigação do uso de máscara por indivíduos dentro das suas próprias viaturas desde que não acompanhados, acedendo assim a uma onda de protestos na sequência da morte de um médico detido pela polícia.
O Dr. Sílvio Dala morreu em circunstâncias por esclarecer numa esquadra da polícia para onde tinha sido levado por não usar máscara dentro do seu automóvel privado.
As autoridades disseram que Dala morreu de um ataque cardíaco mas muitos dizem haver indícios de agressão. O uso de máscara dentro de viatura particular tem sido criticado por não ter qualquer benefício e isso foi levantado a partir de hoje para aqueles que viagem sozinhos no seu automóvel.
O governo angolano anulou a cláusula depois da pressão feita, nesse sentido, pelas organizações cívicas e profissionais e por figuras públicas do país , na sequência da morte do médico pediatra Sílvio Dala.
O deputado independente da UNITA, David Mendes, que chegou a sugerir um boicote nacional ao uso de máscaras dentro de carros pessoais declarou à VOA que recebeu a notícia da anulação “com o sentido de um dever cumprido”.
“Devemos sempre assumir o nosso papel de activistas pela cidadania sempre que os nossos direitos fundamentais são postos em causa”, afirmou.
Também a bastonária da Ordem dos Médicos de Angola, Elisa Gaspar, disse que colheu “com bom grado” a anulação da cláusula e assegurou que a obrigação do uso de máscara facial naquelas circunstâncias não tinha sido imposta “ por nenhum profissional de saúde”.
Na sua nota de contestação contra a norma proibitiva, a organização dirigida por esta médica de pediatra neonatal defendeu, que “não há evidências científicas suficientes para sustentar a tese do uso obrigatório de máscaras em viaturas individuais”.
A Ordem do Médicos lamentou a morte de médico Silvio Dala, e condenou o comportamento da Polícia Nacional, por ter ignorado todos os factores atenuantes optando “ por levar para a esquadra um profissional bem identificado, visivelmente esgotado fisicamente por cumprir mais de 32 horas de trabalho seguidas”.
“Após a avaliação dos factos, a ORMED considera pouco claras as circunstâncias em torno da detenção e morte do médico, uma vez que são desencontrados os pronunciamentos da PN, o que sugere uma zona cinzenta por esclarecer”,refere a nota da ordem, enviada à imprensa na última segunda-feira (7).
O executivo angolano, mantém o “uso obrigatório e correcto”de máscara facial na via pública, nos espaços fechados de acesso público, nos transportes públicos, na venda ambulante e nos mercados e manteve o valor da multa correspondente que varia entre os cinco e os dez mil kwanzas.