A UNITA recebeu um apoio substancial para as eleições do dia 24 em Angola, com a declaração do antigo primeiro-ministro, Marcolino Moco, a seu favor no tempo de antena do partido nesta terça-feira, 16.
"Estamos perante uma grande oportunidade, até porque Adalberto promete pôr de lado a época da caça às bruxas e reunir o país, com tudo o que tem de bom e menos bom, para começar um novo dia. Daí a minha declaração muito forte a favor do projecto de Adalberto, da UNITA, FPU [Frente Patriótica Unida], um projecto que nos vai dar oportunidade de mudar as coisas que têm andado muito mal desde 1975 por causa do carácter unilateral do funcionamento do Estado", disse o chefe do Governo entre 1992 e 1996.
Na sua declaração de apoio, Moco considerou também ser estar "uma grande oportunidade para criarmos finalmente um Estado que seja de inclusão", no qual " as pessoas não valem pelo cartão que têm".
Marcolino Moco, também antigo secretário geral do partido no poder, afastou-se do MPLA após deixar o Governo e passou a ser, de forma gradual, um forte crítico da política do então Presidente José Eduardo dos Santos.
Aquando da morte de Santos no mês passado, Moco disse à VOA que ele “foi um grande Chefe de Estado que conseguiu salvaguardar a integridade do país em tempos difíceis, no contexto da guerra fria, muito complicado”, mas também um o homem com muitos defeitos, principalmente o de se agarrar muito ao poder.
Ele apontou que “o chefe passou a ser idolatrado, alguns aspectos deterioraram-se, durante esse período que foi glorioso para ele e sua familia, mas corrosivo e desgastante”.
Depois da posse do actual Presidente João Lourenço, em 2017, o também advogado e consultor enalteceu o trabalho do novo Chefe de Estado, tendo sido nomeado administrador não executivo da Sonangol, cargo que depois abandonou.
Marcolino Moco também distanciou-se de Lourenço e tem criticado vários aspectos da sua gestão