Manuel Vicente, presidente do Conselho de Administração da Sonangol, foi oficialmente indigitado para liderar o "super" Ministério da Coordenação Económica, com a categoria de Ministro de Estado. A nomeação pelo presidente José Eduardo dos Santos é oficial e implicou o afastamento de Vicente da liderança da petrolífera nacional.
Com efeito, José Eduardo dos Santos exonerou Manuel Vicente do cargo de presidente do Conselho de Administração da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), segundo um decreto presidencial distribuído segunda-feira à imprensa.
O mesmo decreto anuncia a promoção de Francisco de Lemos José Maria, um dos atuais seis administradores executivos, a presidente do conselho de administração da empresa.
Raquel Ruth da Costa David Vunge foi nomeada administradora executiva, para preencher o cargo deixado vago por Francisco de Lemos José Maria.
O presidente vai reajustar o seu governo, ainda esta semana, onde se destaca o ressurgimento do cargo de ministro de Estado e da Coordenação Económica. A intenção de José Eduardo foi tornada pública, este fim semana, pelos Órgãos Essenciais e Auxiliares do Presidente da República.
A nota de imprensa adianta que o chefe do executivo presidirá à Comissão Económica e do Sector Produtivo, passando a ser coadjuvado pelo ministro de Estado e da Coordenação Económica.
O vice-presidente da República, que lidera a Comissão para a Política Social, passará a ser coadjuvado pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, cargo actualmente ocupado pelo jurista Carlos Feijó.
O referido documento salienta ainda que o Presidente da República continua a dirigir o sector de Segurança Nacional, sendo nessas funções coadjuvado pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Militar,cujo titular é o general Helder Vieira Dias “Kopelipa”.
José Eduardod Dos Santos vai, por fim, formalizar a entrada em funcionamento da Comissão de Mercado de Capitais e do Fundo Petrolífero, com a nomeação dos respectivos Conselhos de Administração.
As medidas a ser tomadas pelo Presidente do Executivo foram justificadas com a necessidade de reduzir a concentração de tarefas,agilizar a implementação das decisões e melhorar a articulação intersectorial.
Falando à emissora Católica de Angola, o político e analista, Justino Pinto de Andrade, comentou que o principal alvo destas medidas será o mediático jurista Carlos Maria Feijó, que passará a depender do Vice-Presidente da República.