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Adalberto Costa Júnior garante que nova contagem mudará os números das eleições em Angola


Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, no fecho da campanha eleitoral em Luanda, Angola, 22 Julho 2022
Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, no fecho da campanha eleitoral em Luanda, Angola, 22 Julho 2022

"Ninguém, nem o Presidente da República nem o partido que governa, têm a legitimidade ou autoridade para subverter a ordem constitucional e a soberania popular", afirmou o líder da UNITA.

O presidente da UNITA ainda não reagiu ao acórdão do Tribunal Constitucional (TC) que rejeitou a providência cautelar do seu partido que pedia a declaração de ineficácia da Acta do Apuramento Nacional dos Resultados Eleitorais Definitivos das Eleições Gerais de 2022.

Entretanto, em conferência de imprensa nesta segunda-feira, 5, Adalberto Costa Júnior reiterou que a distribuição de deputados na Assembleia Nacional é diferente da anunciada pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), e a favor da UNITA, que, segundo ele, ganhou a eleição.

Ele pediu ainda a criação de uma comissão multidisciplinar integrada pela CNE e pelos partidos concorrentes com observadores nacionais e internacionais para confrontar as diferentes actas dos partidos que concorreram às eleições de 24 de Agosto.

"Ninguém, nem o Presidente da República nem o partido que governa, têm a legitimidade ou autoridade para subverter a ordem constitucional e a soberania popular", afirmou o líder da UNITA.

Costa Júnior garantiu que se forem adicionados os 347.436 votos subtraídos à UNITA em 15 províncias, ao mesmo tempo que forem retirados ao MPLA os 185.825 votos acrescentados pela CNE em 16 círculos provinciais, o seu partido passaria de 2.756.786 votos para 3.104.222 votos, correspondentes a 49,5 por cento do total, enquanto o MPLA desceria de 3.209.409 para 3.023.584 votos, correspondentes a 48,2 por cento.

"Um número capaz de produzir alterações nos resultados definitivos divulgados pela CNE com reflexo bastante visível no número de mandatos nos círculos provinciais e no círculo nacional e naturalmente nos resultados finais", afirmou o líder do partido mais votado, segundo os resultados oficiais anuncias pela CNE.

Na óptica do presidente da UNITA, as discrepâncias “indiciam a existência de manipulação dolosa dos resultados, o que só se pode esclarecer mediante comparação com as catas em posse dos concorrentes e da CNE" e reiterou que actas que sustentam a contagem do escrutínio paralelo da UNITA podem ser consultadas e que sistema que as processou pode também ser auditado".

Adalberto Costa Júnior voltou a propor a criação de uma comissão multidisciplinar integrada pela CNE e pelos partidos concorrentes, com observadores nacionais e internacionais, e defendeu uma "inspecção judicial em todas actas em posse da CNE e a todas as actas em posse dos partidos para confirmar a sua autenticidade", ao mesmo tempo que deve-se anular a votação” em todas as a mesas onde se tenham observado irregularidades substantivas que adulteram os resultados finais".

Os resultados oficiais anunciados pelo presidente da CNE a 29 de Agosto, deram vitória ao MPLA, no poder desde 1975, com 51,17 dos votos, seguido da UNITA com 43,95 por cento.

À luz desses resultados, o MPLA elege 124 deputados, UNITA 90 e PRS, FNLA e Partido Humanista Angolano dois parlamentares cada.

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